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Artigos-->TJN - 009 = Gordura é formosura -- 26/02/2007 - 13:49 (TERTÚLIA JN) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Resposta, a brincar, ditado pelas insuportáveis críticas de alguns luso-americanos ao seu país natal no fórum de um jornal nacional em 2004



Gordura é formosura!



Esquecer-me-ia que existe um país do lado de lá do Atlântico que não deve ser criticado por nenhuma razão, nem deste nem do outro mundo. Evitaria lembrá-lo, citá-lo e até proferi-lo. Estou inteiramente disponível para assinar uma petição pedindo aos doutos linguistas que retirem o E, o U e o A do nosso rico abecedário.

A grande maioria dos naturais deste país não sabe da nossa existência. Julga talvez, se lhes for perguntado, que somos um povo extinto há milénios. Mas ainda existem alguns que nos dão a honra de merecermos a sua atenção e, imbuídos de valores de solidariedade universal, esforçam-se por nos salvar do fosso onde vegetamos para elevar-nos, se não ao seu extraordinário nível, pelo menos a um estádio de desenvolvimento de que possamos sentir algum orgulho. Incultos, analfabetos, rasando os limites da selvajaria, este povo precisa de ser salvo!



Sei agora que a nossa redenção está no ancinho e na enxada, no cocho e na talocha, no graminho e na plaina, nos safões e no cajado e também, quem diria, na panela e na sopa de legumes. Os nossos rapazes mais atinados, virados para o estudo do superficial, só pensam em ser doutores, quando deviam optar por ser pegureiros. Outros, decadentes e degenerados, que só pensam na droga, deviam ser treinados para trolhas. Maldito vício o da droga! Melhor fora que se emborrachassem, emborcando o conteúdo dos tonéis que atafulham as adegas e contribuindo deste modo para resolver a grave crise económica da área vinícola.

Como podemos esquecer tão doutos e piedosos conselhos? Como podemos deixar de agradecer o caminho que nos é sugerido por quem, vivendo num paraíso, se preocupa connosco, que vivendo na cauda da Europa – física e económica – passamos despercebidos do resto do Mundo?



Por mim, fico muito agradecido por tão sincera e dedicada afeição.



Acontece que tomei conhecimento deste piedoso comentário precisamente quando acabava de ver “Super size me” de Morgan Spurtock. Claro que ainda não correu em Portugal, mas como já está disponível na Net, e eu gosto muito de espreitar o que se passa do outro lado para não me fazerem o ninho atrás da orelha, vai daí, arranjei uma muleta, meti uma pala no olho, papagaio já tinha e toca que se faz tarde…

Amanhã vou fazer uma sessão privada cá em casa, só para os meus netos, com um DVD pirata.



Quero que eles aprendam que a maior nação do Mundo, a que tem maiores carros, os maiores prédios, as maiores empresas, tem, também, as maiores pessoas. A América é o país mais gordo do mundo. Mais de 100 milhões de ianques são obesos. Mais de 300 mil mortes por ano são devidas à obesidade. Pior só o tabaco. Neste momento já existem processos em tribunal contra várias empresas de “fast food”.

Claro que isto se passa a alguns milhares de quilómetros de distância e coração que não vê coração que não sente. É mesmo assim.

O pior é que só a McDonald’s, que detém 43% deste mercado no seu país, já implantou mais de 30 mil estabelecimentos em mais de 100 países. E um deles é o nosso Portugalzinho, coitadinho, que sendo tão miseravelzinho poderia muito bem ter passado despercebido de gente tão importante, tão piedosa e tão gorda.

Quero que os meus netos, vejam o que aconteceu a um estado-unidense saudável, com análises médicas impecáveis, depois de fazer uma “dieta” de fast food durante um mês.

Avisá-los com toda a solenidade que conseguir desempenhar, que nós temos uma justiça muito lenta e que se mais tarde vierem a apresentar alguma queixa contra a McDonald’s por não caberem na porta do elevador, nunca vão ver nenhuma indemnização, tal e qual como também não se vão aperceber da dificuldade em fechar a tampa do caixão.



“Look after customer and business will take care of itself”

Ray Kroc – McDonald’s Founder



António José Pereira da Mata

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