Até especialistas em movimentação psicológica de populaça se contratam a peso de ouro para procederem ao fabrico de governantes. Já sabemos disso há quanto tempo?
Vimos e ouvimos com nossos olhos e ouvidos como a RTP fabricou num ápice dois primeiros-ministros sucessivos: um para abater (perigoso pró sistema no discurso) e outro para imediatamente lhe suceder (mais calmo, ponderado e simpático). Foi ou não foi?
Estamos a ver e a ouvir no actual decurso como se fabrica um Presidente da República ao exacto tamanho do nosso país. Com um jeitinho daqueles "do-nunca-se-sabe" até lograremos a dupla com a mesma altura, um, mais gordinho para se alapar, e outro, mais elegante para andar a correr de um lado para o outro.
Temos até um professor semanal que não desdenharia tentar mais um mergulho no Tejo. Admira-me é que ainda não se tenha enervado e atirado com os livros e as notas ao homem da câmara-lenta.
Enfim, estamos perfeitamente a ouvir e a ver, mas dá ideia de que nada é connosco em absoluto. Surdos e cegos, fartámo-nos de falar para o tecto da inépcia, livres, democraticamente levados num sonho lindo que nasceu há 33 anos e vai morrendo pelo caminho.
E porquê? Porque somos tão-só uma cambada de espertalhões que só sabem vencer-se uns aos outros.