A METODOLOGIA DA REDAÇÃO
João Ferreira
18 de fevereiro de 2007
Publiquei na Usina, tempos atrás, a primeira parte da Teoria da Redação, para vestibulandos preocupados com redação. Para quem continua interessado no tema, vou oferecer a segunda parte cumprindo a promessa que fiz. Apenas algumas reflexões e dicas de organização e preparação para o ato de redação.
1 – Conversando sobre a maneira de levar adiante uma redação
De posse dos fundamentos da redação, que consistem, essencialmente, em se ter uma noção precisa sobre o ato de criar uma escrita, torna-se urgente trabalhar a cabeça do estudante sobre a forma prática de elaborar um texto. Dito de outra maneira, torna-se urgente colocar o estudante frente a uma maneira ou a um método de redigir, dando-lhe orientação e tranqüilidade para ele se sair bem.
Escrever um texto exige, à partida, duas coisas importantes: a expressão e a comunicação. Dito de outra maneira: redigir é criar expressão, definir ou descrever situações, dissertar, e dizer, de uma maneira gramaticalmente e tecnicamente correta e sucinta, o que se pensa, ou o que se sente a respeito de um tema, tentando conseguir, complementarmente, que as idéias expressas no texto sejam entendidas por terceiras pessoas. Portanto, o que você escreve deve ser feito de uma maneira gramaticalmente correta, apto a ser lido e entendido.
2 – Um método prático para você se organizar para a escrita
Para você escrever um texto bem sucedido e com qualidade de expressão e comunicação, é preciso:
2.1. Escolher ou ter um tema em torno do qual você vai elaborar e escrever um texto.
2.2. Concentrar-se, antes de iniciar sua redação. Em sua concentração, você vai refletir e meditar um pouco sobre o que poderia ser dito a respeito do tema em questão.
Ao refletir, você irá anotando num papel essa quantidade de coisas que surgirem em sua mente. Ao fim dessa reflexão, vai dispor de uma lista de aspectos possíveis que poderão ser desenvolvidos.
2.3. Seleção da matéria-prima que você vai utilizar em sua redação
Chegada a um termo sua reflexão, você passa a selecionar, dentro desse pacote de coisas, os itens que acha que mais interessam quando tiver de encarar o tema durante o ato da redação. Bastam poucos itens. Importa, sim, é que sejam bem selecionados, básicos e essenciais.
São esses itens que irão constituir a “matéria-prima” ou básica para você levar em frente sua redação.
2.4. Planejamento da redação
Selecionados os itens que vão constituir a matéria-prima a ser tratada, você passará agora a formar ou a constituir a espinha dorsal de seu texto. Isso vai ser possível através de uma operação que chamaremos de “Planejamento da redação”. Nada tem êxito na modernidade – e você sabe disso - sem que antes tenha sido criteriosamente planejado. Incluindo a redação. Fazendo o planejamento de redação, seu texto a ser produzido promete ser um texto articulado, com princípio, meio e fim.
2.5. O ato de redigir
Psicologicamente preparado, superadas as ansiedades próprias dos primeiros momentos em que você entrou na sala para prestar vestibular ou para fazer uma prova, e após você ter refletido sobre o tema, ter selecionado os aspectos e os itens que vão ser aproveitados em sua redação, após ter construído também a chamada “espinha dorsal do texto”, que é o “planejamento” que você vai organizar de uma forma bem racional, você fica tinindo aí e em boas condições de entrar no ato que chamamos de “produção do texto” ou redação.
Falaremos, no próximo artigo, sobre “A Prática da Redação”. Será este o tema de nossa terceira e última parte da “Teoria da Redação”. Que candidato nenhum perca jamais de vista um certo princípio básico. O de que saber escrever está muito relacionado com o saber falar. Se você tem uma estrutura frasal e uma organização de discurso na sua oralidade, vai beneficiar delas, indiscutivelmente, na hora de escrever. Não há milagres. Há aprendizado contínuo, que vem de longe, e, depois, será a organização de sua mente e de seus conhecimentos que vai levar à escrita. Até lá.
João Ferreira
18 de fevereiro de 2007
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