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Cronicas-->Histórias de apagões - Jurandir -- 19/02/2002 - 08:03 (Renato Rossi) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Se tem que ser, que seja. Jurandir reuniu a família, iniciou com uma conversa sobre a hora de cada um colaborar, a necessidade do esforço coordenado, da colaboração e participação de todos. Terminou emocionado, dizendo-se feliz por ter uma família que é uma verdadeira equipe. Minha família, minha equipe. Dona Beatriz, a mãe de Jurandir, que morava com a família, secou os olhos, orgulhosa do filho que havia criado.

Depois, Jurandir informou que na qualidade de líder inconteste daquela família-equipe, dava por iniciado o Programa de Redução de Gastos com Energia Elétrica Domiciliar - o PRGEED. Jurandir falou de sua experiência na repartição. Haviam dado início ao PRGEEC, o C é de corporativo, e já há resultados fantásticos. Já conseguem atender ao público no escuro. Inclusive, na caixinha de sugestões alguém preencheu o formulário propondo a distribuição de senhas fosforescentes, o que vai eliminar os conflitos que ocorriam nas filas. Agora ninguém mais terá dúvida sobre qual o seu lugar na fila.

- Olhe que isto vale mesmo depois da crise, para o pessoal que chega de madrugada.

A gente aprende muito com as crises, pontificava.

Assim, iniciaram um programa de treinamento de forma a preparar todos para andar pela casa sem acender luzes e sem ficar tateando pelas paredes, derrubando quadros e engordurando a pintura. Jurandir já tinha tudo esquematizado. Preparara um mapa do apartamento indicando quantos passos há que caminhar entre um cómodo e outro, entre um móvel e outro. Preparou também uma tabela para considerar o fato de que nem todos tinham passos iguais. Tudo feito no computador da repartição antes que fosse desligado. Uma beleza.

Primeiro, todos deveriam decorar a tabela, e as distàncias entre cómodos. Depois, deveriam percorrer todo o apartamento no escuro, de mãos dadas. Finalmente, cada um deveria percorrer, sem nenhuma ajuda, os caminhos mais usuais. Do quarto para o banheiro, da sala para o quarto. Combinaram que cada um faria o treinamento individual no banheiro depois, quando já soubessem andar com segurança. Jurandir distribuiu instruções com alguns diagramas que me abstenho de transcrever. Tudo certinho, cada detalhe estava analisado. Bastava decorar. Uma beleza.

Jurandir já tinha pensado em tudo. Para relaxar e motivar o pessoal, organizou um concurso para ver quem ia mais rápido entre dois cómodos sorteados ao acaso. No começo acharam meio chato, mas riram muito quando Jurandir foi parar em cima da mesa da cozinha, achando que tinha subido no mezanino. O prêmio era um banho de água quente a ser tomado logo que termine o racionamento.

Este treinamento se mostrou muito útil quando a casa foi assaltada e Juninho, no escuro, póde dar um golpe certeiro nas costas do ladrão e fugir antes de ser apanhado. O ladrão achou melhor desistir e foi embora sem molestar ninguém. Levou só o DVD.

Aprende-se muito com as crises.


Escrito em 22.05.2001
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