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Cartas-->A "morte" que revive o ser - Parte I -- 06/07/2002 - 14:57 (Cíntia Pirani) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Até o momento presente,
dia da semana: terça-feira,
dia: dois,
mês: julho,
ano: dois mil e dois, será?
Os números podem até estar corretos, porém o mundo não acompanhou a sua matemática, caso os mesmos estejam certos.

Esqueço o ano, pois a vida continua e eu faço parte deste "mundo".
O que importa é o dia dois de julho.
Afinal, que ano não tem o dia dois de julho?

Grande dois de julho,
dia do hospital,
dia do bombeiro,
dia de festa para alguns,
mas dia de labor para outros...


A princípio, antes de começar a escrever abri a minha agenda e pude observar que hoje é dia do hospital e do bombeiro. Não sei o porquê, mas o simples fato de abrir a agenda foi o começo, a "eureca" que precisava para escrever o que sucedeu algumas horas atrás. Farei uma analogia com o "ocorrido" e o hospital e bombeiro, já que estas duas últimas palavras foram a minha fonte de inspiração;

O gemido,
o suspiro,
o calafrio,
o arrepio,
a taquicardia,
o corpo queimando feito brasa,
o grito,
a sudorese,
o contrair, o contrair, o contrair, o contrair,
a hemorragia e por fim,
a "morte", ou seja,
o mesmo que o relaxamento total de cada parte do corpo.
(Ah... Como queria que a "morte" estivesse constantemente presente na minha vida...)

Tenho plena consciência que a "morte" é de extrema importância, mas quando está só pode realmente matar interiormente o indivíduo que nela se apega, a tal ponto que esquece a existência de pequenas ações que podem fortificá-la ainda mais;

-Uma conversa em que haja reciprocidade e criticidade,
ou até mesmo a chamada "conversa fora", que pode ser ou não recíproca, mas que tem seus méritos;
-um passeio no parque;
-uma visita cultural com direito a uma peça teatral;
-músicas que têm o poder magistral de envolver os tímpanos e melhor do que isto, envolve não só com melodia, mas com história;
-um convite para degustar um bom vinho com queijo;
-o descobrimento do gosto antes nunca experimentado, (o kiwi, o morango e o chopp com caipirinha);
-frases bem construídas, especialmente aquelas que geram uma conversa, não apenas um bate-papo;
-frases críticas e perguntas diretas que faz com que eu pense diferente a respeito de outros, mas principalmente quando penso em mim.

Admito que não é fácil pensar em mim, surgem muitas incertezas que posso levar um bom tempo para administrá-las, mas eu penso e penso, porque mesmo que o pensamento não esteja vinculado com estas incertezas, tenho certeza absoluta que sempre acrescento algo que, aos poucos, levará ao meu conhecimento enquanto indivíduo nos mais diversos âmbitos, como pessoal, profissional, entre outros.
São estas ações que diferenciam a "morte", quando somente a "morte" significa o ponto de equilíbrio para alguns que assim pensam.

Quanto a mim, pode parecer que a "morte", AGORA, é o fator que mais me importa. Não nego que sinto falta, mas pode ser que as pequenas ações não prosseguirão. É por isso que a "morte" faz sentido para mim, mas gosto demais das pequenas ações, que infelizmente (e eu sei o porquê) já não são como antes. Estando bem ou mal, a "morte" não incomoda. Mesmo estando mal, traz o prazer. Em contrapartida, as ações quando não feitas com interesse e gosto incomodam, tornando a situação insuportável. Diante disto pergunto a mim mesma:
"Como pode uma pessoa estando mal com outra encarar a "morte" de uma maneira tão natural, e ao mesmo tempo desejar veementemente distância desta mesma pessoa com que esteve na "morte"?"

Antes que eu finalize, deixo explícito que fiz uma analogia com a morte e o hospital e bombeiro, porém este último só é lembrado quando o corpo queima feito brasa. A analogia entre morte e hospital ocorre da seguinte maneira:

O doente no hospital...

...geme,
suspira,
tem calafrios e arrepios por todo o corpo,
seu coração bate acelerado,
a febre o condena.
Assim ele grita de dores ao mesmo tempo que se contrai.
O suor é inevitável.
Depois vem a hemorragia e então, o fim.
Ele não possui mais movimentos,
Ele acabou de morrer, não "morrer".

Tudo passado pelo doente é passado numa relação sexual: a "morte", com a diferença que na etapa final, quando há o relaxamento total de cada parte do corpo, a tendência é a vida após algum tempo de descanso. (Será que isto ocorre com o doente após sua morte?) Aqui, cada um que tire suas próprias conclusões...
Esta analogia foi simplória, pois o sexo não representa somente isso.

Finalmente, para não dizer que somente a "morte" me importa,

"Quer tomar vinho comigo hoje?"
(Com queijinho e 1/4 de "morte"?)

03/07/2002

A quem possa interessar: A Parte II continua em "Amor tatuagem" - (Redação).
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