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Humor-->Capicua perfeita -- 23/06/2002 - 18:20 (Athos Ronaldo Miralha da Cunha) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A data 20.02.2002 traz uma seqüência simétrica de números, se colocarmos a hora 20:02 antes da data, teremos um arranjo numérico cercado de misticismo. Para algumas pessoas, capaz de influenciar os destinos da humanidade, para outras, apenas uma coincidência matemática. Esta simetria nos algarismos chamamos de capicua.
E este dia foi muito interessante.
Chegamos ao local do embarque com uma hora de antecedência. Enquanto esperávamos para passearmos de barco até Ilha dos Lobos e após até a Guarita, saboreamos sorvetes e água de coco gelado à sombra de guarda-sóis à beira do Mampituba. Pontualmente às 11:00 h partimos pelo rio ao encontro do oceano, muito bem acomodados no Marina 2000, um confortável barco com capacidade para 150 pessoas. Não havíamos chegado no farol e uma onda levanta a embarcação e baixa repentinamente, movimento suficiente para meu estômago virar do avesso. Uma sensação de tontura faz com que segure firme o parapeito do barco. Naquele instante o passeio terminou para mim. Um dos tripulantes, eram quatro prestativos cidadãos, providenciou um saco plástico, prevendo um possível desastre gastronômico. As ondas vinham, o barco subia. Passavam, o barco descia e avançava mar adentro. Meu estômago dava voltas e uma forte náusea me acompanhava no passeio. Alguém teceu comentários sobre a Ilha dos Lobos, nada percebi. Mais um quarto de hora e estávamos na Guarita e eu de cabeça baixa apoiada na guarda da cadeira em frente. Olhava para longe, o horizonte, na tentativa de alguma melhora, mas não adiantava. Aquela ansiedade aumentava ainda mais. O atencioso tripulante acabara de me fornecer o quinto saco plástico e eu não tinha mais estômago. Não ouvi mais nada, só me movimentei quando alguém falou. – Chegamos!
Saí rapidamente do barco e deitei em um gramado próximo a ponte pênsil. Não almocei e fui, meio grogue, direto para o hotel. Dormi até às 4 horas da tarde. Levanto, ainda zonzo, sentindo o balanço do mar dentro do quarto. Pela janela do hotel observo a praça XV ensolarada, um dia perfeito para aproveitar a bela orla marítima de Torres. Apenas uma pequena mancha escura ao norte ameaçava, sem sucesso, aquele dia cheio de luz, calor e vida. Vamos à praia criançada, nós merecemos uma tarde de sol.
Coloco o guarda-sol, estendo a esteira e abro a cadeira de praia. Alguma coisa não estava certa. O belo dia ensolarado visto da janela do hotel não era o mesmo aqui na praia. Repentinamente o sol havia sumido e um vento frio sopra do mar para o continente. Aquela nuvenzinha já não era tão insignificante. Os veranistas, em debandada, deixam a praia. Voltamos para o hotel acreditando que o dia não era tão perfeito. Chegamos no quarto maldizendo a capicua perfeita.
Com uma leve dor de cabeça, resquícios do malfadado passeio de barco, vou imaginando ficar no quarto do hotel o resto do dia. Estava me preparando psicologicamente para assistir o jogo do Internacional contra o Comercial pela Copa do Brasil. Uma partida decisiva e, certamente, a televisão transmitiria diretamente pelo canal aberto.
As 21:40 h corro para frente da televisão. Assisto Fluminense e Sampaio Correa. Havia me enganado pois jogo do Inter seria no dia seguinte. Torço para o mais fraco e o Fluminense ganha de goleada.
Fim de noite, preparo-me para encerrar o dia, que não foi lá essas coisas para um turista em férias. Deitado penso na capicua e imagino as coincidências. Se a capicua for a responsável pelos descaminhos deste dia, alguma coisa semelhante terei só às 21:12 h do dia 21.12.2112. Pouco provável!
De repente ouço um solo de saxofone vindo lá do coreto da praça XV. Aprecio da janela do hotel o talento de Saulo Vitorio. Uma agradável surpresa encerra o meu dia 20.02.2002. E me prometo voltar a Torres no ano que vem.
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