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Artigos-->TJN - 011 = Coisas da vida = Iria chamar-se Abrilino... -- 06/02/2007 - 02:29 (TERTÚLIA JN) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A mulher em bom estado e uso, sempre que lhe apeteça fazer amor, o que é tão bom, sabe muitíssimo bem que pode engravidar. Previna-se como se prevenir, tome pírolas antes ou depois, obrigue o seu parceiro a usar um, dois ou três preservativos, lá vem o dia em que a mínima distracção é fatal e logo se coloca a morte ou a salvação do artista que não teve culpa alguma de resultar da cena.



Entre milhares de exemplos em múltipla diversidade, há por exemplo a possibilidade de a mulher querer deveras ter um filho do parceiro de quem gosta. Engravida e ao cabo de algumas semanas descobre que afinal o seu amado gosta é de outra. O ciúme ensandece, entontece, provoca abruptos estados de alma que ninguém é capaz de dominar. Lá vai então a infeliz em busca de alguém que a alivie do oportuno-e-inoportuno feto. É simples, pois então não é?



Estamos em 2007 e a ciência cada vez mais se afadiga em busca de tecidos regenerativos, em princípio sob os mais rigorosos ditâmes éticos, e logo adiante a qualquer preço quando se trata de um odre a rebentar de dinheiro que busca suplantar a existência natural para lá do limite.



É interessante como há mulheres que pagam um alto preço para abortar e outras pagam preço idêntico para engravidar. Há também mulheres que não têm outro remédio senão doar os filhos e outras que tudo dão para adoptar os filhos das outras.



Ora pois, a complexidade dos factos e das contradições adensa-se e no meio dessa perversa esconsidade militam os intermediários, os capazes de tudo que se afirmam incapazes de matar uma mosca, uma cambada de predadores de todas as formas e feitios que, legais ou ilegais, tal como a evidência prova, se locupletam sem o mínimo pudor pelos valores mais lídimos da vida e da dignidade humana.



Quem não lobriga o ávido carrossel que desliza avante sobre quanto produza dinheiro fácil, seja ele lícito, semi-lícito ou ilícito, mas com os carretos completamente voltados ao contrário?



À família, que deveria constituir a mais forte das células sociais e da vida - e para um bom efeito as regras eram tão-só de implantação saudável com determinação tácita - o que está deveras a acontecer no decorrente mundo hodierno? O dedo alheio meteu-se e intrometeu-se entre todos os laços. O dedo social e público dorme todas as noites entre o casal que se quer igualizar em posse e mando com prévia garantia individual. O que dantes era uma integral doação, é hoje um perverso negócio desde logo condenado ao inêxito em face da devassidão dos tempos que se promevem em nefanda loucura.



Ah, sim, vai havendo excepções, excepções que sistematicamente soçobram e abafam entre histórias que não se podem contar.



Agora é assim, deliberadamente assim: tudo quanto diga respeito ao mais esplendoroso desiderato da humanidade, a criança, é negócio, só negócio, crime sobre crime, estendal de miserabilismo e opolência que não há código de vergonha algum que suporte tão impante erupção.



Vá, dona Joaninha, ponha-se a ver a telenovela com a Esmeralda ao colo. Ela é tão lindinha, tão sossegadinha, só vê cores lindas e não dá por nada... Pra ela nanar melhor suba um nadinha o som ao aparelho...



Lá no cantinho do armário, mergulhado naquele frasquinho com alcool, está o feto que resultou do aborto que a Clarinda fez por ter andado às cambalhotas com o encarregado da fábrica de malhas que faliu. Se tivesse nascido, hoje tinha quase 33 anos e, se fosse um rapaz, iria chamar-se Abrilino...



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