... E quiçá alcance um destes dias um sublime absurdo: um gajo grávido da mãe a solicitar um aborto público!
Você aí, caro Leitor, tem ou não tem ainda uma avozinha mediática, uma daquelas estóicas mulheres que levou a vida inteira de rastos, foi mãe de 14 filhos e hoje se apresenta rodeada de 36 netos? Se não tem, também não perca tempo. Telefone para a RTP a solicitar um show de memória familiar e proporcione à velhota 50 euros por cada neto.
Ah, caro Leitor, o que foi feito do cadáver da Joana? A justiça foi feita, os assassinos estão a cumprir pena e agora a RTP vai explicar-lhe tudo-tudinho sobre o paradeiro dos ossinhos da menina... Parece-me que vai meter cão polícia inglês e tudo...
Bem, caro Leitor, o "Portugal no Coração" parece que vai enfim pela primeira vez pulsar com salubridade. O Nuno não sabia onde havia de meter a Merche e o Malato, mas de repente, zás, descobriu. Remexeu nas gavetas do passado e considerou que o Júlio Isidro ainda tinha saúde para dar dignidade ao país. A Merche vai ter um programa adequado à sua arte e o Malato, "um" grande reguila, continuará a enganar os sabichões "todos". Desde que o Jorge Gabriel deixou fugir aquele pesadelo dos 250.000 euros para o concorrente que bem soube fingir-se de parolo, nunca mais tivemos rubras emoções.
Não consigo entender como o doutor Paquete de Oliveira, qualificado arauto da sensatez, não consegue dar a volta ao desvario mediático em que a RTP sistematicamente milita. Mais: perante o rigor económico que o governo está impor ao país, custa-me imenso engolir o despesismo supérfluo que a estação, dita de todos nós, pratica.
Quem deveras está por trás de toda esta paródia? Aquele vídeo do José Sócrates a convidar ao "sim" está um primor. Está ou não está? Quantas vezes o engenheiro se terá sentado e levantado para ensaiar aquela pose e a prosápia?
Pois, pois... Quanto mais se aproxima o dia 11 de Fevereiro mais eu vou percebendo em que país estou e estarei nos próximos tempos. Veja-se a partidocracia a exprimir-se sobre o aborto. O Jerónimo, o Louçã, o Castro, o Marques Mendes, o Sócrates. Sim e não, não e sim. Para quê, se está de caras e é?!...
Porque será que essa cambada não despeja o dinheiro que anda a gastar sobre os passeios que estão cheios de miséria e de desgraça, plenos de abortos sociais que repugnam qualquer vista sensata? Porquê? Porque andam a fruir, andam a curtir, andam a gozar descaradamente com a sensatez pragamática.
Deveras o aborto está à vista desarmada. Votamos sim ou não?!...