O Vaticano iniciou dois dias de reuniões na sexta-feira (19/01) para acertar as relações da igreja com a China que teriam se complicado por causa da disputa sobre quem tem o direito de nomear bispos.
As reuniões foram agendadas para discutir "problemas entre a Santa Sé e a China", disse o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, na quinta-feira. Peritos dizem que se esperou os representantes do Vaticano e clérigos chineses para desenvolver políticas mais uniformes na China. A igreja católica chinesa, controlada pelo governo, designou três bispos, no ano passado, sem o consentimento do Vaticano.
"Ficou insuportável, este fato”, disse Bernardo Cervellera, editor de AsiaNews, um serviço de notícias católico romano que segue o assunto de perto.
O papa Bento XVI restabeleceu as relações diplomáticas com a China, interrompidas em 1951, depois que os comunistas tomaram o poder.
As conversas giraram em torno do compromisso dos três bispos indicados pela Igreja Católica chinesa, aprovados pelo governo da China continental. Clérigos chineses acusaram o governo de induzir alguns membros do clero e os forçar à consagração dos três bispos.
O Vaticano confirma seu direito de nomear os bispos, entretanto deixou aos governos e dioceses a indicação dos candidatos. O governo chinês negou as acusações de indução.
Padre Cervellera disse que o progresso só se conseguiria se o governo chinês não interferisse na Associação Patriótica, algo que ele especulou como possível de acontecer, assim como as Olimpíadas de Beijing em 2008.
"Eles querem mostrar que a China é um país moderno, um grande país no centro do mundo”.Disse ele. "Eles não querem ter a imagem de país ditatorial, que oprime a liberdade de religião”.