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Artigos-->MÁQUINA OU HOMEM? -- 10/01/2007 - 22:41 (Délcio Vieira Salomon) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
MÁQUINA OU HOMEM?



Délcio Vieira Salomon





Escrevo este artigo movido pela indignação. Por ser uma seção de opinião, gostaria que os leitores refletissem em que mundo e em que sociedade vivemos.



Vejam, se não é de indignar-se: Há três meses atrás, ao receber a fatura do Cartão Credicard - Itaú, do qual sou filiado há quase trinta anos, notei que a cobrança da anuidade era bem superior a do mesmo cartão a mim oferecido pela CEF, onde tenho conta. Reclamei à administração do cartão, solicitando seu cancelamento.



Quando a atendente viu minha ficha, ficou sensibilizada, pois era filiado há quase trinta anos e nunca me atrasara no pagamento das faturas mensais.



Prometeu rever o preço da anuidade e pouco depois me telefonou garantindo que a empresa concordava em diminuir o valor da anuidade, igualando-a à da CEF e a diferença seria abatida na fatura em aberto.



Para testar a veracidade da resposta, fiz questão de não usar o cartão durante o mês de novembro. No dia 10 de janeiro último, recebo um Aviso de Pagamento do Credicard, bloqueando meu cartão, suspendendo seguros e demais serviços e ameaçando de colocar meu nome no SERASA e no SPC, porque constava débito referente a novembro (pasmem!) de R$ 0, 80, sem nenhuma explicação.Aliás, o ridículo não tem explicação. A falta de respeito, sim.



Óbvio: se telefonar para a empresa, por certo, vão dizer que se trata de um procedimento de praxe, em cuja situação não há possibilidade de considerar caso por caso, por que as coisas se fazem automaticamente, através do sistema implantado por programa de computação. Uma medida única de tratamento igual para todos os casos, ainda que estes sejam diferentes. É o tratamento normal de todas as empresas comprometidas apenas com o mercado e com o deus do lucro. Um sistema financeiro há muito adotado em nosso país, em que a máquina, a eletrônica, a informatização estão acima do ser humano.



Se antes da globalização e do aparecimento da informática, os banqueiros, maquiavelicamente, em nome da usura e da ganância que tanto os tem caracterizado há séculos, por se julgarem acima do bem e do mal, já eram mal vistos, quando não odiados pelos simples mortais, imaginemos agora com este poderio que Bill Gates lhes conferiu!



Diante dessa situação reflito com meus botões: até quando homens de carne e osso como nós, mas que se esquecem de o serem, apenas por terem atingido o ápice da pirâmide da composição social, através de uma riqueza originada no excremento do diabo como diria Papini ou da expropriação e roubo, como diria Marx, até quando esses senhores continuarão controlando governos, mandando e desmandando a bel prazer, até quando continuarão a oprimir com armas incontroláveis instituições públicas e privadas, armas que nem as leis conseguem regular, até quando esse senhores continuarão a esmagar a nós simples cidadãos que vivemos apertadamente de nossos salários, mas que, em grande parte, são por eles sugados?



Sei que, se algum deles vier a ler este texto, ainda rirá e debochará de minha indignação, certamente tachada de ingenuidade. Não faz mal, escrevo para cidadãos comuns como eu, que não têm consciência de borracha como os banqueiros e donos do sistema financeiro desse país e é para tais cidadãos que faço apelo: é chegada a hora de reagirmos contra nosso conformismo e começarmos a apoiar, como apontaria Touraine, a todo movimento que "institucionalize o conflito". O bom entendedor sabe de que estou falando!



Afinal se eles são máquina, nós somos seres humanos.

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