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Artigos-->TRECHOS DE UMA CARTA -- 30/12/2006 - 12:34 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
TRECHOS DE UMA CARTA



Rejane Machado*

Francisco Miguel de Moura**



Faço companhia à escritora Rejane Machado, ilustre intelectual carioca, para apresentá-la ao meio literário piauiense, visto que se interessa tanto pelo nosso Piauí. Desde o tempo do Prof. A. Tito Filho, com quem trocou correspondência, já pensava em vir ao Piauí. Tem uma filha que foi casada com um piauiense. É minha amiga mais íntima no Rio. Além de contista (“A dimensão das pedras”, Cátedra, Rio, 1973, sua estréia), romancista (“Informação a um desconhecido”, Líteris, Rio, 2000), prefaciado por mim, com muita honra, ela transita também pela literatura infanto-juvenil (“A festa da sardinha”, Ed. Afora da Ilha, Rio, 1998) e é grande ensaísta, tendo sido inclusive premiada pela Academia de Letras da Bahia com o “Livro de Oswaldo”, depois publicado pela Relume/Dumará, Rio, 2000. E escreve cartas tão bem que parecem mais ensaios do que correspondências. Puxando uma brasinha pra meu espeto, transcrevo um trecho da mais recente que me mandou:

“Eu gostaria, e pediria mesmo – se você tiver tempo – para analisar este meu julgamento. Preciso me testar. Estou ficando muito severa? Pretensiosa? A verdade é que sou realmente muito desconfiada com poesia. Ou então parei no tempo. Mas é que conheço um poeta, pelo menos, que me satisfaz inteiramente. A sua poesia é pura imagem e sentimento. Faz gosto ler, ele me mandou um livro – Antologia, poemas escolhidos pelo autor – que é um gosto ler. Não o largo. É tão bom, suscita questionamentos imediatos, noutros passos nos dá só descanso. Fecho os olhos, repito a leitura e a ressonância me envolve, eleva meu espírito e me faz reconciliar com o gênero humano, agradecendo ao Criador pela sua existência. É um sujeito que vive numa terra chamada Piauí e se chama Francisco Miguel. Grande poeta, grande escritor. Merece todos os sucessos da crítica. Deus o abençoe pela felicidade que espalha somente com a simples leitura dos seus poemas “Desmantelado”, “Deslembranças”, “O que é a saudade”, “Chega o tempo”, “Minha busca”, “Alma tatuada”... – ah, mas eu terei de escrever todos os títulos!? – “Eternidade”, “Querenças”... Não falarei mais nada sobre isto. O certo é que, viciada nos poemas deste querido amigo de sensibilidade tão epidérmica, pressentida mesmo antes de acabar a leitura de cada peça, eu me tornei mais e mais exigente, não suportando mediocridades. Que fazer? O Chicão do coração, que me desejou um feliz Natal com este livro, não sabe como me alegrou, me satisfez intelectualmente, me reconciliou com o gênero humano, repito, eu que tal qual o homem do fígado, amarrado a um rochedo, estou para a minha sina de cozinheira, de enfermeira dedicada e já me havia esquecido de que Deus me deu um dom que não posso abandonar, pelo contrário: – o dom sensibilidade.

Já passou de uma hora da manhã, a luz não é muito legal na sala e de vez em quando eu ultrapasso o limite da folha, você notou? Aliás, minha letra está de amargar, não é qualquer um que me lê.

Obrigada pela Antologia de poemas.. maravilhosos.

Um abraço saudoso. Até breve.

Rio de Janeiro, 27 de novembro de 2006

Rejane Machado”

___________________________________

*Rejane Machado, doutora em Filologia Românica. Participa da Antologia em Verso e Prosa, Ed. Museu Histórico do Exército, Rio, 2006, com o conto “O Segundo Dia”.

** Francisco Miguel de Moura publicou recentemente “Antologia – Poemas Escolhidos pelo Autor”, apresentação do Prof. R. Leontino Filho, sobre o qual Rejane Machado se manifesta.



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