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Artigos-->A "pirataria" no Brasil -- 17/12/2006 - 18:02 (Paulo Maciel) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A “pirataria” no Brasil





Dia desses levei minha neta que comemorava 17 anos a uma loja para comprar-lhe o presente de aniversário. Uns óculos, desses da moda, grandes, escuros – oitenta e cinco reais!

À saída, vários vendedores ambulantes exibiam óculos similares – que eles chamam de “genéricos”. O preço variava de sete, um modelo mais simples, a quinze reais, o mais caro, muito parecido com o de minha neta.

Um pouco mais adiante, na mesma calçada, outros camelôs ofereciam CDs a cinco reais e DVDs de filmes recentes, um deles ainda não exibido em Salvador, a dez reais. Pechinchando, se consegue reduzir o preço.

Nessa mesma semana passei dois dias em Aracajú, e como sempre faço, fui ao centro visitar o mercado de artesanato e o calçadão das avenidas João Pessoa e Laranjeiras.

No mercado, por valor bem barato, praticamente a metade do que se vê em Salvador, adquiri duas toalhas de mesa em delicada renda.

No calçadão entrei em loja popular de departamentos que, àquela hora, fervilhava de gente, pessoas modestas, de baixa renda, que pareciam comprar furiosamente.

Anotei em minha agenda de bolso alguns preços que tabuletas afixadas em vários pontos anunciavam: colcha de casal, R$17,00; lençol de casal, R$5,90; toalha de banho, R$4,00; toalha escolar, R$0,65; lençol de casal, R$7,70; jogo de banho (2 peças), R$12,00.

À porta da loja e por toda a avenida, dezenas de vendedores, carregando placas de madeira ou plástico, onde se encaixavam os produtos, vitrines ambulantes como eles, tudo que se possa imaginar era oferecido à venda, por preços irrisórios.

É o famoso mercado “pirata” brasileiro que muitos estudiosos dizem representar alto percentual das vendas do país.

Fiquei pensando: por que prospera tanto esse comércio, que se estende da “25 de março”, em São Paulo às ruas de Manaus?

Há muitas explicações para o fenômeno, mas certamente dois ou três motivos estão na sua raiz.

Em primeiro lugar ressalta a baixa renda da população e sua indiferença diante dos males e seqüelas da pirataria. Enquanto o nível de emprego e subemprego continuar elevado e a renda da grande maioria das pessoas não se alterar as ruas das cidades continuarão a ser inundadas pelas falsificações locais e as que chegam da China e do Paraguai.

Por outro lado, a deseducação e a falta de cidadania do nosso povo fazem o resto!

E por último há que se considerar o alto preço dos produtos, muitos agravados pela incidência de impostos e taxas imorais.

Um relógio “genérico”, por exemplo, pode custar dez ou vinte vezes menos do que os que se vêm nos shoppings center, e funcionar durante muitos anos.

A indústria atingiu tal eficácia na produção de certos bens de consumo que a gente não entende porque outros produtos são oferecidos aos consumidores por preços tão altos.

Hoje, é possível comprar uma caneta por menos de um real e radinhos às vezes custam menos do que as pilhas.

Em algumas lojas você até encontra CDs de dez reais, mas o preço mais freqüente é superior a vinte e cinco reais. É muito caro para a capacidade de consumo da população.

Aplicar multas ou perseguir esses vendedores ambulantes não resolve o problema. Acho que nem na próxima geração a situação mudará, pois a renda baixa e o desemprego são conseqüência do nível de educação básica que é oferecido no pais. E no horizonte à vista não se percebem mudanças significativas...

13/12/06

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