O sonho de um mundo justo e igualitário, para os idealistas, não morreu, nem morrerá.
Contudo, o sonho do socialismo ortodoxo, praticado no Século XX, não é mais sonho, nem pesadelo- é delírio que mexe com os socialistas ao lembrarem do enterro da idéia sob os escombros do muro de Berlim. Esse caminho acabou-se, não é mais estrada a se palmilhar, mas é apenas o cemitério onde jazem soterrados os finados socialistas da ortodoxia marxista-leninista e seus acólitos e discípulos.
Resta como sonho ainda vivo a possibilidade de se construir, mesmo num futuro remoto, a ilha da Utopia, tal como descrita por Rafael Hitlodeu a Tomás Morus, onde poderá surgir um Estado preocupado com a felicidade coletiva e a organização da produção, mas com fundamento e escopo na religião, na crença em uma base espiritual.
Tendo como modelo "A República" e "As Leis de Platão", Tomás Morus lançou o ideal utópico e, por ter base espiritual, inspirou confiança ao ponto de ser canonizado pela Igreja.
No mundo atual não há espaço para o Estado socialista ou socializante, porque as lideranças que tomaram a frente na condução do ideal não tinham o idealismo na alma e, seduzidos pelo poder, se corromperam e corromperam os idealistas chamados à divisão do mando.
Os idealistas que não galgaram o poder, somente apoiaram e aplaudiram os mandantes e não se corromperam, ficaram e continuam falando sozinhos, pregando no deserto.
A formação de lideranças capazes de edificar a ilha da Utopia levará muito tempo para sua maturação, restando às novas e futuras gerações a luta para criar as bases para a construção do sonhado mundo justo e igualitário.
A geração a que pertenço não verá sequer a luz no fim do túnel, de onde vislumbraria as esperanças de que nossos nepotis terão o mundo que tanto sonhamos.