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Contos-->Internauta In Love -- 13/05/2002 - 12:26 (Erika Bernardo Viana) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Internauta In Love


Freqüento este bar há anos, sempre sento-me aqui. Coloco pausadamente meu NoteBoock sobre a mesa coberta por esta toalha vermelha quadriculada. Se olharmos diretamente e compulssivamente para ela sem desviar, nossas vistas chegam a embaçar, começamos a desenhar milhares de quadradinhos em espaços que só caberiam um, ficamos com vertigem, Ah, odeio essas toalhas!
Sento-me. Não pensem que sou só, pois se estou desacompanhado e´ por opção de estar.
Beth, ( estalos dos dedos chamando a garçonete), por favor um conhaque.
Ora, e daí que nunca peço conhaque, hoje decidi beber conhaque,
Não quero mais olhar as coisas como antes, por isso quero um conhaque.
Eu a conheci. Sim, quer dizer Não! Não falo da Beth. Falo da Mulher que conheci na Internet. Veja, acho que é ela, minha amada, uma virgem, uma flor, nunca a toquei, só a imagino.
Noites a fio vago nos teclados mágicos que me transportam virtualmente aos seus sonhos, tão íntimos, sinto ofegantes...
Ah, obrigada Beth.
Não, não estava falando sozinho! E se estivesse não somos livres, ou agora querem controlar o que penso? Hein? Hein?
Éh, desculpe, você tem razão! Não devo desconfiar de você, posso desconfiar de todos, menos de você. Desculpe.
Beth, você já se sentiu apaixonada antes? Hei, que cara é essa? Porque essa timidez? Pergunto se já se sentiu apaixonada por alguém que nunca tocou, nunca olhou nos olhos para sabe-los o quanto são infinitos?
Bom, não precisa responder, saiba que é exatamente assim que me sinto: - Uma tépida emoção, uma febre, um êxtase imortal, sensações radiantes afloram cada vez que penso em conectar-me à ela. Ah, gozo de prazer quando ouço a linha telefônica estabelecendo contato com o provedor. Envolvo-me nas palavras para dize-las de maneira clara e poética, as mulheres gostam dessas coisas, não gostam?
Ah, como você deve saber, aposto que nunca recebeu nem ao menos um correio elegante.
Ela está lá...laaá, não vê? Mas o meu Lá, não é Ali tão próximo, é o Lá..., indefinido. Não sei onde encontrar o Lá. Posso imagina-lo, assim como a imagino neste instante, ali ou ao lado, que parece-me bem mais perto que esse tal de Lá.
Ela, por não saber o quanto me machuca, vive Lá, longe.
Mas se está tão presente em meus pensamentos, o quê angustia meu peito, é desamor? Não, não creio que sintas desamor. Eu a imagino...., caminha em minha direção, num vestido de seda branco, seus seios rochas em opulências, como campos de lírios, perturbam minha consciência, cinge meu ser. Seu andar vagaroso é tão tímido, fico néscio. Sinto meus instintos pérfidos, ao imagina-la tão pura.
Ascendo meu cigarro, droga de esqueiro vagabundo.
Beth, me empresta o fogo?
Não, não parei de fumar não tá vendo?
É eu disse que iria, mas e daí, continuo fumando, porque se intromete tanto em minha vida? Vá, continue o seu trabalho e me deixe sozinho.
A palavra, substitui tudo! Um olhar, um gesto, um beijo!
É o poder da palavra, e como dizia Manuel Bandeira, " escrever no jornal, é como escrever na areia". Escrever na Internet é como escrever numa espécie de eternidade artificial.
Sem o mínimo de contato físico, o verbo, as palavras, uniram-me a ela, mas não quero desvendar seus defeitos, suas imperfeições.
Não quero assumir meu mal humor, nem sorri quando não desejo. Quero continuar oculto, ressaltando meu amor em palavras pela tela do computador.

Mas onde andará a imperfeição que tanto temo? Sim, a mulher, todas imperfeitas! Algumas belas, outras feias, todas imperfeitas!
Na tela colorida do computador ela é tão serena, e as palavras dançam e formam as frases do desejo humano. Mas sei que, ao encontra-la tudo se acabará, será como a água escorrendo da mão, sinto vazar, mas não poderei impedir.
Beth, Por favor, traga-me a conta, e não diga a ninguém que estive aqui hoje. Principalmente se for a minha Imperfeição.

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