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Artigos-->Os Contrastes do Natal! -- 09/12/2006 - 12:10 (Maria Emilia Pereira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Os Contrastes da Noite de Natal!



Há dois mil e tantos anos atrás

nasceu, neste mesmo mundo,uma criança.

Ninguém, nem mesmo Ele, poderia

imaginar o que o esperava,

o que lhe ditaria seu destino como Homem,

vivendo neste Planeta.

Um bebê como todos os outros que

Estão nascendo hoje em dia.

Os bebês que fazem parte de nossa família,

recém-surgidos na Terra, e que nos tornam

imensamente felizes por suas presenças

em nossas vidas!

E tantos outros, que nascem em condições

precárias, inferiorizadas, discriminadas.

Foi um bebê amamentado, por sua mãe,

como outro qualquer, que o tomava no colo

dava-lhe o peito, com o carinho de Mãe!

Chorava, fazia manha, quando precisava

ser trocado, ou quando tinha sono, sede, fome!

Então, chegou o Homem e institui o dia

de comemoração ao seu aniversário.

Eu não sei, mas tenho quase certeza

de que isso partiu de algum Político que,

cansado de não fazer nada em seu Gabinete,

rodeado de Secretárias gostosas,

e que também não faziam nada,

resolveu criar este Projeto em homenagem

ao nascimento do Salvador do Universo!

JESUS CRISTO!

Se ele nasceu em um dia 25 de Dezembro,

na verdade, ninguém pode afirmar ao certo.

Então, logo depois da aprovação do Projeto,

que tornou-se Lei, começaram as festas...

Não que eu não goste da época de Natal.

Gosto de admirar as luzes, a cidade

toda enfeitada, ruas iluminadas, coloridas,

os troncos das árvores que mais parecem

uma cachoeira de brilhos!

Aí eu fico observando a correria das pessoas,

a compulsão exacerbada pelas compras,

casais discutindo sobre o que comprar:

o MP-3 que o filho pediu o ano todo,

o Note-Book da filha adolescente,

o pijama de florzinhas da mãe,

os chinelos macios para a sogra.

Uma camisa nova e uma gravata para ele,

que merece, pois vai pagar tudo depois,

Lembrancinhas várias para as amigas.

E, para ela... um Aspirador de pó novo,

todo moderno, que nem barulho faz!

-Cretino! É sempre assim...

Só se lembra de me dar presentes

que me tornam, cada vez mais,

a empregada da casa, dos filhos e dele!

Chega o dia esperado!

A árvore rodeada de presentes, que serão

distribuídos só à meia-noite,

e uma ceia maravilhosa na mesa!

Bebidas de todas as espécies.

Todos enchem a cara e,então, começam

as discussões de todos os anos!

Ninguém se entende. Estão todos bêbados!

Um faz um comentário maldoso a respeito

da vizinha, que foi passar o Natal lá.

O colega do Escritório, solteirão, tímido,

que o dono da casa, gentilmente convidou

para a Ceia de Natal e que, de repente,

sob os efeitos de mais uns drinks,

começa a se soltar e falar “as verdades”

do dia a dia do trabalho, da secretária

que está interessada no fulano...etc.

E o dono da casa, já totalmente bêbado,

correndo de lá pra cá, atrás da Margarida,

a diarista na qual ele está de olho há tempos!

A esposa, já cansada de trabalhar para que a noite

fosse perfeita, a tudo assiste e a briga sai feia!

Depois que tudo termina, os convidados vão

cada um para suas casas, marido e mulher

se recolhem ao quarto, ele já desmaiado

da mistura de drinks, ela, cansada, adormecem.

O filho mais velho há muito já deu o fora,

quando o ambiente começou a ficar pesado

e foi encontrar-se com a namorada,

que também se viu obrigada a passar

a noite de Natal com a família!

Na verdade, em nenhum momento da festa,

ninguém se lembrou do verdadeiro

Espírito de Natal!

Não fizeram uma prece de agradecimento

por tudo o que puderam usufruir naquela noite

e, muito menos, se lembraram do Aniversariante!

E, do outro lado da cidade, principalmente

nos grandes centros, embaixo dos viadutos,

nas portas de lojas fechadas, enroladas em um

cobertor sujo e mal-cheiroso, famílias inteiras:

Pai, mãe, filhos (no mínimo três), o cachorro,

a vizinhança que se juntou ao grupo.

Familias sem nome, sem identidade,

totalmente excluídas que, muitas vezes,

não conseguiram nem um pão para dividirem

entre eles, filhos chorando de fome.

Uma fogueira de papelão, acesa ao lado,

a única luz do ambiente aberto

e sem nenhuma segurança e conforto.

Eles pensam também! Têm raciocínio!

Arrependem-se, talvez, de terem deixado

sua terra, onde a fome também estava presente,

mas que, pelo menos, estariam com suas famílias!

Para eles também é Noite de Natal!

Só que não tem ceia, nem presentes, nem brigas.

Só tristeza nos olhos daquelas crianças!

Às vezes, a sorte os procura, e passa

alguém caridoso, alguma Entidade, uma ONG,

que se lembra de levar um pouco de alimento

e alegria àqueles corações...

E, talvez, quem sabe, ali naquele ambiente

que melhor se assemelha ao local do nascimento

de Jesus, Ele seja lembrado, naquela noite!

De Alguém que sacrificou sua Vida,

o Bem mas precioso que nos é concedido,

para que entendêssemos a mensagem de

Paz, Amor, Perdão, Caridade e

desprendimento de bens materiais,

que Ele quis nos passar!...

Será que, ao longo desses anos todos,

de festas e comemorações, compras

e trocas de presentes, alguma vez,

por um minuto que seja...

Alguém se lembrou disso?!

Espero que sim, em algum lugar,

pois, se assim não fosse, a minha

esperança e crença nos seres humanos

já não existiria mais!...



Milla Pereira

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