Usina de Letras
Usina de Letras
276 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62073 )

Cartas ( 21333)

Contos (13257)

Cordel (10446)

Cronicas (22535)

Discursos (3237)

Ensaios - (10302)

Erótico (13562)

Frases (50484)

Humor (20016)

Infantil (5407)

Infanto Juvenil (4744)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140761)

Redação (3296)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1958)

Textos Religiosos/Sermões (6164)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->TRECHO DE UMA CARTA DE REJANE MACHADO -- 06/12/2006 - 19:54 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
TRECHO DE UMA CARTA

Rio, 27 de novembro de 2006.

Caro querido Chicão,

(...)

Eu gostaria, e pediria mesmo – se você tiver tempo – para analisar este meu julgamento.* Preciso me testar. Estou ficando muito severa? Pretensiosa? A verdade é que sou realmente muito desconfiada com poesia. Ou então parei no tempo. Mas é que conheço um poeta, pelo menos, que me satisfaz inteiramente. A sua poesia é pura imagem e sentimento. Faz gosto ler, ele me mandou um livro – Antologia, poemas escolhidos pelo autor – que é um gosto ler. Não o largo. É tão bom, suscita questionamentos imediatos, noutros passos nos dá só descanso. Fecho os olhos, repito a leitura e a ressonância me envolve, eleva meu espírito e me faz reconciliar com o gênero humano, agradecendo ao Criador pela sua existência. É um sujeito que vive numa terra chamada Piauí e se chama Francisco Miguel.** Grande poeta, grande escritor. Merece todos os sucessos da crítica. Deus o abençoe pela felicidade que espalha somente com a simples leitura dos seus poemas “Desmantelado”, “Deslembranças”, “O que é a saudade”, “Chega o tempo”, “Minha busca”, “Alma tatuada”... – ah, mas eu terei de escrever todos os títulos!? – “Eternidade”, “Querenças”... Não falarei mais nada sobre isto. O certo é que, viciada nos poemas deste querido amigo de sensibilidade tão epidérmica, pressentida mesmo antes de acabar a leitura de cada peça, eu me tornei mais e mais exigente, não suportando mediocridades. Que fazer? O Chicão do coração, que me desejou um feliz Natal com este livro, não sabe como me alegrou, me satisfez intelectualmente, me reconciliou com o gênero humano, repito, eu que tal qual o homem do fígado, amarrado a um rochedo, estou para a minha sina de cozinheira, de enfermeira dedicada e já me havia esquecido de que Deus me deu um dom que não posso abandonar, pelo contrário: – o dom sensibilidade.

Já passou de uma hora da manhã, a luz não é muito legal na sala e de vez em quando eu ultrapasso o limite da folha, você notou? Aliás, minha letra está de amargar, não é qualquer um que me lê.

Obrigada pela Antologia de poemas... maravilhosos.

Um abraço saudoso. Até breve.

Rejane Machado***

* A autora da carta se refere à sua análise do livro Antologia em Verso e Prosa, Ed. Museu Histórico do Exército e Forte de Copacabana, Rio, 2006, da qual participou com o conto O Segundo Dia.

**A autora refere-se ao poeta Francisco Miguel de Moura (Chico Miguel)

***Rejane Machado é professora de literatura, crítica de arte e literatura, doutora em Filologia Românica; publicou “A Dimensão das Pedras” (Rio Cátedra, 1973), “Informação a um Desconhecido” (Líteris, Rio, 2006), “O Livro de Oswaldo” (Relume/Dumará, Rio, 2000), “A Festa da Sardinha” (Afora da Ilha, Rio, 1998). “O Outro Lado da Coisa” (conto), “Literatura Colonial Brasileira” (ensaio).

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui