Minutos... que não desatam os nós dos nossos corpos
... calados, em ternos laços, ficamos presos em minutos
Minutos marcam passos, marca-passo descompassado
Podem ser longos como um temporal.
Se somarmos todos os minutos da exímia eternidade para divagar...
Poderemos ficar acordados para sempre. Inertes em nossos desejos...
Inventaremos horas para lembrar de cavalheiros medievais ou soltar balões no ar... Esticaremos o tempo como nas fábulas. Minutos, de um longo abraço apertado, talvez!
Minutos, com seus olhos arregalados, espreitando o que não podemos enxergar.
Eles nos fazem acreditar que são poucas e tantas defasadas horas.
E enquanto o tempo passa para lá e para cá na vitrine, vale a pena cada minuto.
Bossas-novas premiam nossos ouvidos.
Novas paisagens, como aquelas fendas azuis que recortam rochas a paisana no São Francisco, se transformam em oráculos.
Vivemos amores tortos.
E sobram e faltam minutos ao mesmo tempo.
Minutos para procurar coisas que não sabemos onde estão escondidas. Ou apenas pra encontrar o prazer que ninguém descobriu.
Suspirar, tropeçar no impossível, colecionar contos, conchinhas, trôpegos beijos...