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Artigos-->Cinderela moderna-andré luiz -- 25/11/2006 - 00:12 (m.s.cardoso xavier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Cinderela Moderna

andré



Quando me interesso por algo vou até o âmago, preciso beber da sua essência , não me contento com versões que deturpam os verdadeiros sentidos.Aliás, gosto de decifrar os sentidos ocultos.E essa gana é mais ou menos como diz Adélia Prado “Diante do meu desejo o mar é apenas uma gota”.E por causa dessa paixão oceânica hoje o meu interesse recai sobre a personagem Cinderela.

A história de Cinderela é um dos contos de fada mais populares e antigos do mundo, versões diferentes aparecem ao redor do planeta,porém a versão mais antiga para o conto de Cinderela é originária da China, por volta de 860 a.C.,Yeh-Shen era uma pobre órfã que no final da história casa-se com o filho do imperador. O conto da Cinderela da forma que conhecemos na verdade é uma versão da história italiana “A gata borralheira”.A Disney criou uma Cinderela ideológica e manipuladora, muito diferente das Cinderelas míticas.

Na estória moderna daquela menina triste, do Walt Disney, conta que ela era uma garota renegada e que vivia no borralho, o borralho são as cinzas quentes que ficam no fogão de lenha, depois de apagado o fogo.Ela tinha uma “Fada Madrinha”.Na estória original, não havia nenhuma "Fada Madrinha". Era diferente. A mãe da menina havia morrido. E agora ela estava nas garras de uma madrasta malvada e duas filhas invejosas que a mantinham presa na cozinha, perto do borralho. Mesmo morta, a sua mãe continuava a protegê-la. Quem a protegia não era uma Fada Madrinha, era a sua mãe!E sua mãe morava numa árvore que a menina plantara no quintal da casa. A árvore estava sempre cheia de pássaros. Os pássaros eram os anjos da mãe. Eram os pássaros que ajudavam a Gata Borralheira...Engraçado, mas esta história me lembra muito a história da minha “pudinha”.Não a chamo de ex-namorada, pois não tem ex-namoradas, tenho é amores do passado, fatos consumados.

A ideologia que foi criada no imaginário, no inconsciente coletivo das mulheres, graças ao conto de fadas da Cinderela e outros contos de príncipes encantados é responsável por parte do comportamento obsessivo de algumas mulheres com relação ao amor.É a “síndrome da Cinderela” que está sempre à espera de um príncipe encantado que a salve, pois ela é uma mulher que “dorme” e só pode ser desperta pelo beijo doce de seu amado, a afirmação de um imaginário em que a mulher acorda de seu estado de alienação e inconsciência graças ao homem.Há mulheres que não acreditam mais nisso, mas ainda restam tantas que agem dessa forma e resistem em acreditar que é a mulher que dá um sentido novo a vida de um homem.É ele que está sendo salvo da sua condição medíocre de macho contador de vantagens.É como diz a minha mãe: “Uma mulher tem o poder de construir ou destruir um homem”.

Para algumas mulheres os obstáculos estimulam a paixão, a idéia de um verdadeiro amor é colocada como o seu maior ideal.É como explica o livro “Por que as mulheres fazem amor e homens fazem sexo?”.A mulher faz amor porque necessita de aconchego, tem a alma mesmo mais suave, gera vidas e no seu corpo abriga outro corpo (seus filhos) e no ato do amor é ela quem recebe, mulher vive para a espécie muito mais que o homem.O macho é muito mais prático, exige o gozo para se sentir feliz, satisfaz os seus desejos sem exigir quase nada do coração.

A própria identidade feminina contribui para que a mulher seja vista como frágil.O branco da noiva, da menina que faz a primeira comunhão, o primeiro baile, todos são rituais para mostrar ao público um pudor intacto,

Na cabeça de nós homens a mulher é que é um ideal, fantasiamos com qualidades das mulheres como fidelidade incondicional, que ela seja uma boa mãe e seja condescendente com as nossas vontades.E essa mulher imaginária não existe.

Dificilmente uma mulher não se magoaria se lesse os pensamentos masculinos e tentasse interpretá-los pela sua lógica feminina.Apesar de sermos da mesma espécie, homem pensa muito diferente da mulher.Acreditamos no amor sim, temos nosso lado romântico e respeitoso, mas somos vulcânicos e nossa “lava” é quase tudo.A mulher é diferente, ela é marítima, é como a maré está sempre em movimento.

Por isso a Cinderela moderna já não espera mais por seu príncipe encantado...



Andre Luis Aquino



http://andre.aquino12.blog.uol.com.br/





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