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Cordel-->O Mote da Sacanice -- 18/12/2002 - 22:44 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
SACANAGEM É ISSO AÍ
(Domingos Oliveira Medeiros)

Não pude mais me conter. Não tinha sequer palavras. Palavras para dizer. Da minha indignação. Recorri ao dicionário. Vocabulário emprestado. Foi a minha salvação. Não pude ficar calado. Não sabia o que fazer. Estava sendo roubado. Mas resolvi escrever. Resolvi dar o recado. Que nem é mais novidade. Mas parece até mentira. Mas é a pura verdade.

Canalha, patife ou malandro. Assim não há quem agüente. Aprovaram num instante. Sua remuneração dobrada. Sem caráter o espertalhão. Gastando o dinheiro da gente. Votou nosso deputado. Mais um golpe traiçoeiro. Todo mundo apertado. Todo mundo sem dinheiro. Mas o dele é aumentado. Na Câmara Federal. De oito passou pra doze. Um presente de Natal. Mais de cinqüenta por cento. Foi esse o percentual.

Fim de ano garantido. Ousado e bem atrevido. Não houve abstenção. Todo mundo foi servido. Grande é seu coração. O povo que não entende. Aquela grande união. De siglas e de partidos. Em torno de mais tostão. Tostão que pesa no bolso. Dinheiro pra lá de milhão. Duzentos e trinta a mais. Só nas costas da União. Com o orçamento apertado. Salário bem encurtado. Vou gritar pega ladrão. O povo está sendo garfado. Tem muita gente atolado. Eleitor desesperado. Acreditando em promessa. Votou atrás de melhoras. Acreditou no deputado. E agora a baixaria. De fim de ano aparece. A promessa ninguém se lembra. Mas o povo jamais esquece.

Triste povo brasileiro. Mais uma vez o Congresso. Corre atrás, é o primeiro. Aprova o projeto de lei. Tira do pobre o dinheiro. Embolsa mais uma vez.. O aumento ecológico. O aumento em cascata. Respinga no Vereador. O dele também aumentou. Está tudo atrelado. Mais renda para o seu bolso. Conforme na lei constou. Com todos os seus colegas. Inclusive o deputado. Deputado estadual. A farra agora é geral. Aproxima-se o fim de ano. É o espírito de Natal.

E a bancada de Brasília. Da Câmara Distrital. Deu também o seu recado. Fez uma festa igual. Além do salário dobrado. Não ficou por menos não. Com tanto serviço atrasado. Aceitaram a convocação. Aquela extraordinária. Que vem do governador. Pra aprovar alguns projetos. Que metem a mão no bolso. No bolso de toda a gente. Reajuste do IPTU. O cidadão mais contente. Ganhou um lindo presente. E para não reclamar. Resolveram também aumentar. O conhecido IPVA. E para tanto trabalho. Que vai demorar só um dia. Vejam só a covardia. Cada deputado vai ganhar. Mais um salário inteiro. Com aumento concedido. Doze mil pra cada um. Esse é todo o dinheiro. E ninguém faz disso segredo. Afinal não é ruim. Só pra levantar o dedo. E votar dizendo sim.

Isso é mais que sacanagem. Isto é mais que sacanice. Devassidão, bandalheira. Só mesmo falando besteira. Isso é pura roubalheira. Assim diz o dicionário. O povo vota calado. E dá uma de otário. Vai ficar chupando dedo. Ou comendo salgadinho. Aquele com queijo e tomate. Com salsicha e pimentão. Enfiado num palito. Que a gente segura na mão. Cujo nome é sacanagem. Já aprendi a lição. Ou a gente abre a boca. Ou acaba com a eleição. A coisa passou do limite. E ainda há quem acredite. Que é falta de educação. Ou de consideração. Mas na minha terra não. È pura esculhambação. Ou a gente para com isso. Ou acaba com a Nação.

O mais sensato seria. A auto-convocação. Mostrando boa vontade. E muita compreensão. Sem nada cobrar do povo. Respeitando o cidadão. E se fosse por dinheiro. Que dividisse por trinta. Toda a remuneração. E recebesse por dia. Realmente trabalhado. Mas não um mês de salário. Para um só dia contado. Um dia que foi deixado. Pelos próprios deputados. Pra receber no Natal. O presente acostumado. Ganhar mais alguns trocados. Afrontado o seu irmão. Ao eleitor de plantão. Que agora foi lesado. E ainda por cima é culpado. De votar na eleição. Em gente que pouco faz. Pra merecer o diploma. Diploma de deputado. Pra não fazer o que é certo. Optar pelo errado. Tirando a comida da boca. De parte do eleitorado. Deixando o resto do povo. Vermelho de envergonhado.



Domingos Oliveira Medeiros
18 de dezembro de 2002

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