Embora os governistas neguem, a elite que os petistas sempre arrolaram como a direita execrada está mandando, mamando e manjando no Governo Lula, uma gestão que está derrapando na condução dos negócios de Estado, transformando o Brasil no reino da fantasia, parecendo ser administrado por duendes, inclusive pela forma fantástica com que entram na vida dos brasileiros, cometendo travessuras não tão inocentes, na verdade assombrosas e apavorantes.
Da fantasia foi um pequeno salto para virar casa de noca, onde ninguém sabe quem manda, porque é muita entidade misteriosa a dar ordens, a tomar decisões de forma autônoma e isolada. É estranho como no governo atual tem um bando de abnegados militantes que, embora não tenham importância hierárquica no sistema de poder formal, tomavam a iniciativa de armar estratégias para conseguir uma ampla base de apoio político e social para dar força ao comando da nação e garantir a implantação de um projeto de poder de longo prazo.
A cúpula do maior partido na representação do poder e os próprios dirigentes do governo não sabiam que fiéis companheiros cometiam as maiores estrepolias, loteando estatais, manipulando licitações, simulando empréstimos para o partido fazer caixa destinado ao aliciamento do Congresso Nacional, objetivando aprovar as medidas de “salvação do país” apresentadas pelo patriótico governo.
Distribuiu-se dinheiro a rodo, dinheiro conduzido em malas, malotes e cuecas, voando milhões de reais pra cá, milhões de reais pra lá, a rede de distribuição era imensa, e ninguém sabia de nada.
Da revoada de dinheiro ilegal circulando impunemente, partiu-se para uma atividade mais ousada, a montagem de dossiês para chantagear e ferrar adversários, com os fundos arrecadados de fontes criminosas, bicheiros, traficantes, numa degradação moral sem precedentes.
Em que pese a dimensão da sujeira, a escancarada patifaria, ninguém ligado ao esquema foi punido, vivendo hoje, os escroques, usufruindo da parte que abiscoitaram nas safadezas, cinicamente rindo da cara da gente, dos palhaços contribuintes/cidadãos que passamos a ser.
Ora, com tantos escândalos, muitos processos, um imenso leque de comissões, autoridades e órgãos investigatórios, com a montanhosa massa de informações e reportagens da mídia, com tudo isso, nenhuma conseqüência gerou, nenhum efeito positivo causou, nenhum resultado produziu. Tudo ficou como se nada tivesse ocorrido, como se tudo fosse uma lenda, como se os personagens fossem meros duendes teatrais, entes fictícios de uma história fantástica.
E como história fantástica, teatral, termina fechando a cortina, encerra-se o espetáculo e todos vão para casa, despreocupados, com a sensação de que aquilo não lhes afeta na sua realidade. Infelizmente não é assim. Por tratar-se de governo, de coisa pública, a cuidar dos destinos da nação e das pessoas e de influir, sim, na sua vida real, paira no ar o interesse, e necessidade, em conhecer os fatos, em punir os culpados, em banir da política os personagens impostores.
Parecem, mas não são duendes. São meliantes de carne e osso, como tais, sujeitos às penas da lei.
Pode não ser já, mas o dia chegará. E o mistério será desvendado.
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