Não é a primeira vez que notícias sobre discriminação racial no quesito salários tomam assento nas telinhas e nas páginas dos jornais. Sondagens realizadas pelo IBGE e outros órgãos de pesquisas, nos dão conta de que cidadãos negros e pardos ganhariam metade dos salários dos brancos. Não sei o que estaria por trás dessas notícias. Todavia, insisto em dizer que tais informações não se sustentam diante dos fatos. No serviço público, por exemplo, todos os candidatos que lá ingressam pela via do sistema do mérito - o concurso público – para determinada categoria funcional, percebem, exatamente, a mesma remuneração. No setor privado, notadamente nos bancos e corretoras de valores mobiliários, que possuem melhor organização de planos de cargos e salários, não se conhece distorções salariais por conta de raça, credo religioso .... Como de resto, na totalidade de grandes empresas de qualquer dos setores da economia, não há diferenças de ordem salarial entre o funcionário de raça negra e o de raça branca. E não poderia ser de outra forma, posto que, se assim o fosse, a empresa ficaria em situação de risco perante a sociedade, perderia credibilidade, além colocar-se de encontro com a boa política de recursos humanos, o que poderia ensejar queda da produtividade e até questionamentos junto ao Judiciário. Possa ser que uma ou outra quitanda de uma esquina qualquer pratique esse absurdo; mesmo nesse caso, a questão se tornaria tão irrelevante que não poderia servir de suporte à generalização e à magnitude que se pretende emprestar ao assunto. Desafio os pesquisadores: que nos forneçam exemplos concretos de órgãos e empresas públicas ou privadas que pratiquem tamanha discriminação que atenta contra a cidadania e a própria democracia. Estou pagando pra ver.