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Artigos-->UM NOVO MURO SE LEVANTA -- 17/11/2006 - 10:00 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
UM NOVO MURO SE LEVANTA



Francisco Miguel de Moura*



A última novidade que a gente podia esperar (e não queria) era a construção de um novo muro entre países. É bem recente a queda do Muro de Berlim. Com esse feito espetacular acabava a III Guerra Mundial, a chama Guerra Fria. Mas, imperceptível, começa outra Grande Guerra, esta a IV, segundo os mais novos historiadores, com a derrubada espetacular das Torres Gêmeas, pelos fundamentalistas do Islã, comandados por Bem Laden. Guerra continuada com outros atos que detalharemos no decorrer deste artigo. Mas o mais recente e espetacular foi a construção do muro entre México e Estados Unidos, por desejo deste. Só podia ser. Quem quer dar lição de democracia, desembarcou tropas no Afeganistão, no Iraque, e desembarcará em qualquer país, desde que esse não obedeça às suas ordens, só podia ser a América do Norte, apelidada de Estados Unidos. Para serem Estados Unidos fizeram uma das maiores guerras internas de uma nação moderna. A maior nação do mundo em armas, de terra, ar e mar, a maior nação em riqueza capitalística, nunca parou de fazer guerra e declara que as faz por motivos justos, sejam elas aprovadas pela Organização das Nações Unida (ONU) ou não sejam.

Ora, ora, um muro no limite entre México e Estados Unidos, cujo motivo imediato é conter a onda de imigrantes ilegais que procuram o país do Tio Sam, não faz nenhum sentido. Justamente pela nação que se diz pregadora da globalização e da democracia em toda parte, especialmente nos países alheios, com a determinação de impô-las a ferro e fogo, se os mandatários e o povo daquele país se opuserem. Democracia não se impõe: – contrói-se. Eles, os Estados Unidos, pavoneiam de democracia, mas por outro lado trancam as portas não somente aos povos latinos via México como ao resto do mundo através de medidas que implicam na inviolabilidade da pessoa, coerção e petulância.

Não são todos, mas o americano, de modo geral, é petulante, mal educado, ignorante com relação às outras culturas – se é que lá existe uma cultura, senão a do consumismo e da violência. Teresinka Pereira escreveu em artigo recente, publicado em nossa imprensa, que o turista americano tem o nariz empinado, torcido, o olhar imperioso como se fosse o dono do mundo. É mal-educado, desprezando totalmente a língua e os costumes do país visitado. Leva, assim, uma péssima imagem do seu país ao exterior. Conheço um dito popular muito expresso para o caso: “Os costumes de casa vão à praça”. E é verdade. Supõe-se, assim, ou pode provar-se, que são mal-educados mesmo, não somente no trato com os outros como nas relações consigo mesmo, na comida, por exemplo. Por isto, diz-se ainda que a diferença entre um europeu e um americano está na mesa: aquele come com alegria, por prazer, enquanto este come de pé e às pressas, como se estivesse numa guerra.

Li na revista “Veja” (18-10-2006), uma entrevista com o “pensador” americano, professor da Universidade New England, Sr. David Levingston Smith, autor de livros de psicologia e matérias afins, distribuídos e/ou publicados no Brasil e noutros países, onde declara alto e bom som que “o mundo seria um caos se todos decidissem falar a verdade.” Porque “a mentira está em toda parte, todos mentimos e quem diz o contrário mente.” Para ele, a mentira é a mola do mundo, desconsiderando que o homem é um animal ético e não simplesmente natureza: “Vírus enganam o sistema imunológico de seus hospedeiros, plantas dissimulam para se livrar de predadores, animais blefam para conseguir comida”. E acrescenta: “Não é só uma questão de sobrevivência. É levar vantagens. E ser melhor do que os concorrentes. E assim é a vida humana também.” Essa filosofia humana, arrasada até o nível dos animais inferiores, contradiz totalmente aquela de que as leis e a justiça americanas são inflexíveis, de que eles são os mais justos, cumprem contratos como ninguém no mundo e por isto o país cresce; contraria também as regras morais da religião e da moral social. É essa a “cultura” que quer tornar-se padrão para o mundo, a ferro e fogo, impondo a política de varrer todas as demais, globalizar e desumanizar os homens, torná-los todos consumidores e técnicos de propaganda e venda. Não, obrigado. Eleger os Estados Unidos como o país padrão, digno de ser imitado, é loucura. Um bom exemplo de indignidade é este de construir muros contra o resto do mundo.

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*Francisco Miguel de Moura, escritor, mora em Teresina, Piauí - BRASIL.

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