No mais alto da serra,
olho d’água brotando do chão.
Riacho se formando de gotas
que se desprendem das pontas das pedras.
Filete de rara beleza, transparência denotando pureza,
água cristalina sumindo na fissura da rocha....
Céu de sertão,
sem água, sem chuva,
sem gotas no chão.
Chão que se racha , formando torrão,
mas que esconde, no fundo das entranhas,
o regato, que vem
engrossando-se por debaixo das montanhas.
Sai adiante, do lajedo a escorregar,
correndo, saltitando, fazendo o córrego cantar.
Se pelas encostas da serra serpenteia,
arrancando pedaços de pau, de pedra e areia.
Faz-se ainda jovem menino,
rio que no vale esperneia.
E encontrando espaço na capoeira
Vem rastejando-se q nem cobra pelo chão,
corre manso, resguardando sua beira
vagueando qual garrote no capão.
Quando alcança, no seu leito, sua parte mais profunda
faz curva larga, perdendo seu ímpeto de criança.
Torna-se denso. Com suas águas mais escuras.
E adormece no seu doce remanso.
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