Contatos virtuais:
Amor ou Amizade??!!
Hoje em dia, era de tempos modernos,
em que a Internet, telefone celular, jogos eletrônicos,
tornaram-se o principal foco de crianças, jovens e adultos.
Quando tudo se automatiza mais e mais, a cada dia que passa,
com maiores e melhores tecnologias, onde as máquinas
informatizadas, moderníssimas, estão substituindo
a mão de obra humana, os contatos interpessoais,
os velhos telefonemas aos amigos para um “alô”,
e, até mesmo as emoções sentidas,
eu fico me questionando.
Até onde isso irá? Quais são os limites?
O velho “pretinho básico”, chamado anteriormente
de telefone fixo, que ficava num cantinho da sala,
em cima de uma mesinha, forrada com uma
toalhinha linda de linho,bordado,
tornou-se objeto obsoleto, substituído
por celulares providos de todos os recursos
inimagináveis, até há pouco tempo atrás.
Preferimos nos conectar à Internet, enviar e-mails,
com mensagens lindas, não há dúvidas,
entrar no Orkut e deixar os malfadados “scraps”,
teclarmos até tarde da noite com nossos “amigos”,
do que simplesmente pegarmos o telefone,
discarmos o número de um (a) amigo(a)
e bater um papo gostoso, ouvindo
a voz das pessoas, do outro lado,
curtindo, rindo, lembrando,
matando as saudades...
Encontrar-se com uma amiga, então,
no caso de nós, mulheres, nem pensar...
Tornou-se uma prática totalmente esquecida!
Nunca temos tempo o suficiente.
É o trabalho, casa, marido, filhos,
e tantas outras desculpas que conseguirmos inventar,
apenas para não sairmos do casulo em que nos fechamos.
O pouco tempo que nos resta, de nossos verdadeiros
compromissos, lá estamos nós, na telinha do pc,
fazendo amizades virtuais, tão reais, que é difícil crer
que as pessoas não se conhecem de verdade!
Nos apoiamos de tal maneira nesses contatos
virtuais, que abrimos nossas vidas, contamos
nossos mais íntimos segredos e, com tal reciprocidade,
que nem desconfiamos que talvez estejamos
sobrecarregando os ombros de nossos “amigos”.
Mas... até que ponto isso é uma prática saudável
para ambas as partes?
Até onde as pessoas, em seus contatos virtuais,
podem chegar, sem comprometer seu interlocutor,
ou, até mesmo, usando palavras e meios
um tanto quanto irresponsáveis, criar falsas ilusões
a alguém menos despreparado,
solitário, carente?
Às vezes, a intimidade desses diálogos torna-se
tão inevitável que, uma das partes, senão ambas,
sentem tamanho envolvimento emocional,
que acabam por cair na armadilha
do grande e desastroso equívoco:
Confundir a realidade com a fantasia,
e imaginar que está amando, verdadeiramente
e, o que é pior, que está sendo correspondido
nesse engodo de Amor!..
Existem sim, casos de alguns relacionamentos
virtuais que se tornaram reais...
Pouquíssimos... em um milhão!
Mas não podemos nos basearmos pela exceção!
Via de regra, isso é quase impossível!
Há pessoas que juram terem se apaixonado
por alguém com quem está mantendo contato virtual!
Apenas com algumas frases ditas sem muito nexo,
recheadas de “emotions”, que afasta todo e
qualquer sentido verdadeiro das palavras...
Na minha opinião, essas afirmações e declarações
de Amor, Paixão e... até sexo virtual (ai...ai...ai...)
nada mais são do que as conseqüências de uma vida
mal resolvida, carências afetivas, solidão,
e uma ansiedade desenfreada por
encontrar sua “alma gêmea”!
Não me passa pela cabeça,
criticar quem pratica esse “esporte”.
Esse texto não tem nenhum endereço
em especial e nem me sinto em condições
de fazer qualquer crítica a respeito do assunto.
Cada um tem o direito de fazer de sua vida
o que bem quiser, o que achar correto!
E acredito que Amizades virtuais
podem sim, se tornarem reais,
quando encontramos afinidades,
certas coerências em nossos contatos!
O problema são os transtornos que,
às vezes esses equívocos causam a
determinadas pessoas, com menos preparo de vida.
Em minha concepção, para que haja Amor e que
esse sentimento tome vulto, é necessário, pelo menos,
dois fatores básicos:
Conhecimento e contato físico.
E não estou falando de sexo!
Mas a Paixão, o Amor só pode sobreviver,
se houver uma proximidade dos parceiros,
olhos nos olhos, longas conversas,
que nos possibilitem, aos poucos,
conhecer verdadeiramente a pessoa,
seus hábitos, baseados nos contatos pessoais,
na confiança recíproca, respeito e admiração!
E isto, só se torna possível, quando há
aproximação de corpos, troca de idéias...
Do contrário, através apenas da tela fria
de um computador, mais me parece
uma inversão de valores, dificuldade
em separar a fantasia da realidade.
Uma fuga em momentos de desespero e solidão.
Transferência de sentimentos Reais pelos Irreais!
Milla Pereira
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