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Artigos-->O PT E A IMPRENSA -- 06/11/2006 - 10:12 (José Virgolino de Alencar) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Os petistas afirmam que em 2002 a esperança venceu o medo e que em 2006 a esperança venceu a mídia. É uma boa frase de efeito, um trocadilho de gosto duvidoso, mas é uma inverdade, é a tentação movendo o PT no rumo da truculência e da intimidação contra a imprensa, quer dizer, contra a liberdade de opinião.



Para justificar o sonho do projeto de poder de longo prazo, e para isso empurrar para debaixo do tapete as sujeiras cometidas no primeiro governo, quer o PT fazer crer que os episódios do mensalão, dos sanguessugas, do loteamento do aparelho estatal e da criminosa montagem de dossiês para ferrar adversários foram criados pela imprensa, por ocultas forças contrárias ao partido e a seus cândidos, vestais e puros dirigentes.



Não há maior desfaçatez nesse raciocínio, pois a imprensa limitou-se a noticiar os escândalos que eram descobertos a partir das palhaçadas trapalhadas da troupe petista, a maioria pertencente à cúpula partidária. A imprensa não fez campanha cerrada, não carregou nas investigações, não escalou tropas de repórteres para escarafunchar as safadezas, apenas reproduziu dados, informações e confidências que saíam de dentro do próprio esquema do governo, revelações expelidas de suas entranhas, em face de disputas internas de interesses nada confessáveis.



Não se detectou qualquer ação ou movimento da imprensa no sentido de influenciar a população a protestos, aglomerações de pressão ao governo, como nas eleições diretas, no desgastado governo Sarney, no impeachment de Collor, nos anões do orçamento e no episódio de violação do painel do Senado, na votação da cassação do senador Luis Estevão, que terminou por derrubar o então todo poderoso ACM.



Foi a grande imprensa e seus institutos de pesquisa que divulgaram amplamente, com especial destaque e sem manipulação, os resultados das consultas sobre votos, retratando, sem questionar, o fato de Lula não ser pessoalmente afetado pelos episódios denunciados, embora os autores das estrepolias tenham sido pessoas bem próximas e da absoluta confiança dele.



Os indícios divulgados pela imprensa eram tão fortes que o presidente chutava os auxiliares e companheiros suspeitos, embora com boa encenação, com canastrice teatralidade. O governo, que tem sistemas de informações bem equipados, ABIN, Banco Central, COAF, se estivesse seguro da inocência não os teria afastado. E o próprio presidente reforçando a convicção da veracidade das denúncias, afirmou que tomara providências com o afastamento dos envolvidos.



Não cabe assim e não tem a mínima sustentação o argumento de que foi cria da imprensa o mar de lama implantado pelo grupo que ascendeu ao poder com um discurso e governou com outra, e atroz , prática, abominável e repulsiva. Flagrado com até o pescoço atolado na lama, vem agora com essa história de acusação contra a imprensa, exibindo a face própria do ideário estatizante, do soterrado socialismo de Estado, em que os interesses da cúpula de poder se sobrepõem aos interesses da nação.Para isso, cala-se a imprensa, elimina a liberdade de expressão, impõe o pensamento e a verdade únicos, caminho cômodo para os objetivos ditatoriais.



Apesar da vitória de Lula, cuja larga margem move essa tentação intimidatória, não há clima no Brasil de hoje para regime de força, de modo que os petistas podem tirar o cavalinho da chuva, porque não vão ter êxito nessa empreitada contra os meios de comunicação, nessa cruzada pela mordaça da opinião livre.



Terão que ouvir e respeitar as críticas, denúncias, informações nem sempre do agrado dos detentores do poder. Se alguma matéria jornalística for leviana, há o caminho da justiça, da ação reclamatória, aguardando o pronunciamento das cortes judiciais.



Fora daí, vão berrar no vazio, porque o Brasil está bem vacinado contra o vírus da ditadura. Aprendam a viver com a democracia.



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