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Frases-->Lembranças quebradas de uma época sombria -- 08/06/2008 - 22:58 (Leon Frejda Szklarowsky) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
- Golda, à época do Estado Novo – 1937/1945, eu era criancinha. Tinha quatro anos, no início da sua instauração. Quando foi derrubado, tinha quase 13 anos e não participava nem tinha noção de nada, diversamente dos tempos atuais, em que a criança já nasce sabendo das coisas! E até de computador.
Contudo, como é depoimento de vida, não creio que valeria falar sobre aquela fase, tendo por base a história.
Da guerra de 39-45, só me lembro do racionamento da comida, do açúcar, do trigo, dos alimentos em geral, das filas que mamãe enfrentava para comprar pão e açúcar, da escuridão em que ficávamos, à noite, para não chamar a atenção de possíveis inimigos, que poderiam atacar indiscriminadamente. Dormia, com medo, muito medo, embalado pelas canções cantadas por minha mãe.
Recordo-me das conversas de papai, com seus amigos, e dos comentários, ouvindo o rádio ligado nas estações do exterior que mal pegavam.
De repente, o Repórter Esso anunciava, em edição extraordinária e lúgubre, o bombardeio de tal ou qual cidade. Mortes e mais mortes. Destruição. Fugas, quando e se fosse possível. Nada disso é novidade. A este filme estamos assistindo, no Afeganistão, no Oriente Médio, na Índia, no Paquistão, e, agora, até na América Latina. O pagamento sempre sobra para o pobre e sofrido povo.
Só falavam nos combates que se travavam, na Europa, onde os parentes de meus pais estavam.
Lembro-me também dos carros corcundas.
GOLDA: Corcundas? O que é isto? Nada tem a ver com o corcunda de Notre Dame, não é?
LEON: Nada disto. Os poucos automóveis, que circulavam, utilizavam o gasogênio, como combustível e levavam na traseira os tanques, onde se queimava o carvão como combustível. Como vê, eu não era tão alienado, assim. Recorda-se desses tempos duros? Que nada, você é muito jovem, portanto, não viveu aquela época trágica.
Do holocausto nunca ouvira falar. Aliás, poucos sabiam da existência dos campos de extermínio na Europa ou faziam de conta que não sabiam. Os guetos eram também desconhecidos, pelo menos para mim. Quantos holocaustos não surgiriam depois!...
Da guerra, também me recordo, apenas, do hino do expedicionário. Cantávamos na escola. Começava assim: “Não permita Deus que eu morra...”
Você se lembra? Era tão bonito e emocionante. Quase chorava, ao ouvir ou cantar.
Do presidente Dutra, dizia-se que ele não fedia nem cheirava. Entretanto, este mito deve ser desfeito, visto que foi o presidente que sucedeu Getúlio, o ditador que fora arribado do poder, para retornar posteriormente, através do voto popular. Estava, com Dutra, restaurada a democracia. Dizia-se que ele não largava a Constituição, a que chamava de o livrinho, tamanho seu apego à legalidade. Se vivesse, nos dias de hoje, ficaria estarrecido com as incontáveis PECs que despedaçam o nosso Livro Maior, a todo instante, como se fosse um pedaço de papel ou, pior, uma medida provisória.
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