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Artigos-->TERCEIRO TURNO -- 29/10/2006 - 19:17 (Délcio Vieira Salomon) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
TERCEIRO TURNO



Délcio Vieira Salomon



AVISO A MEUS LEITORES: COERENTE COM TUDO QUE JÁ ESCREVI, VOTEI NULO.



Como já era previsto, Lula está reeleito. Óbvio: mais por força da demagogia e pelo uso da máquina administrativa do que por mérito pessoal ou do partido. O contrário é que seria de estranhar. Enquanto os petistas vitoriosos comemoram a reeleição, fazem-se de cegos e surdos para o futuro que se se pinta ameaçador para a democracia brasileira. Lula conseguiu passar o rolo compressor por cima das acusações gravíssimas que pesam sobre seus auxiliares diretos e sobre o seu partido e que atingem de cheio sua pessoa. Até agora conseguiu se livrar da acusação de mandante dos crimes cometidos, mas ainda não se livrou da pecha de conivente ou, no mínimo, de leniente e omisso. E para um presidente da República suspeição de tal monta, independente de ser acusação, já é pesada.

Quando surgiram as primeiras denúncias comprovadas do mensalão, tentou se livrar, dizendo tratar-se de traição (“fui apunhalado pelas costas” foram suas palavras). Na cadeia de fatos ocorridos um atrás do outro, com incrível velocidade, como nunca se viu na história pátria, sua responsabilidade pessoal sempre escorregou como enguia em mão de pescador. Apesar disso e da pizza assada pelo Congresso, a sociedade brasileira, sobretudo sua classe média (considerada o fulcro de equilíbrio do funcionamento da democracia) continua perplexa.

Não encontrou até hoje resposta para as indagações de fundo: De onde veio o dinheiro do dossiê? De onde veio e onde foi aplicado o dinheiro do mensalão? A dívida do PT apontada pelo valerioduto foi saldada? Se sim, como? Se não, como conseguiu manter a campanha milionária nestas últimas eleições, tanto em nível federal como em nível estadual? E o dinheiro de Duda Mendonça? Sua confissão de depósito no exterior do dinheiro recebido do PT ficou e ficará por isso mesmo? A Justiça continuará fechando os olhos para todas as denúncias? Será que o formalismo jurídico não corará de vergonha se der mãos à corrupção apontada e praticamente comprovada? Será que impunidade simplesmente virou “cláusula pétrea” para quem foi eleito? O ministro da Justiça está ou não blindando o presidente e seus principais auxiliares, quando surgem as denúncias?

Apenas algumas das tantas e tão terríveis interrogações que por si mesmas já tecem a toga com que, por certo, se vestirá a oposição durante o próximo mandato de Lula. O caldo da revolta contra a impunidade engrossará o tempero da retórica no Congresso Nacional. Chamem os petistas e seus aliados de “terceiro turno”, pouco importa. O resultado positivo de uma eleição jamais lhe confere o direito de justificar um passado negativo. O fato é que a opinião pública ferida não pode continuar acaçapada pela impostura, pela hipocrisia e pelo cinismo. Se não fossem esses os agentes a zombar da cidadania, até que Lula mereceria um voto de confiança ou, no mínimo, de condescendência de um povo que tem vocação para perdoar e deplorar os coitados. Mas não é o caso.

Seria, sem dúvida, um gesto injusto para a própria Nação. Afinal é ainda válida a máxima de Baldassare Castiglione (1478 – 1529): “perdoar a quem falhou, faz injustiça a quem não falha”. Nesta linha de princípios, cabe lembrar ao presidente Lula, que exigir com urgência a apuração de tudo e justiça no julgamento é o maior favor que o povo pode lhe fazer e um dever do presidente para com o Brasil. Estará evitando que se torne um tirano perante a história.



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