Choro
Pelas crianças em cada cruzamento da onipotente cidade,
Detidas por crack, cola, esmalte, cigarros e esmolas.
Por bêbados descrentes, tuaregues, não sabem a
Essência da liberdade dos pombos.
Entopem de esgótos o céu negro dos cinzentos
Edifícios de vidro fumê, é difícil, físsil.
Onde olho com meus óculos, tudo escuro,
Só, só vejo reflexos, convexos.
Por momentos posso caminhar, encher os pulmões enrijecidos,
Do mais puro, puro poluentes sonoros que me impedem de gritar,
Quando grito não escuto os pardais que já se foram,
Afogados estão os ratos na minha água cristalina, adrenalina
Me faz vomitar o choro da náusea de ter que
Engolir tudo, todos sem mastigar.
Continuo atrasado ao encontro de ontem a noite,
Sou violentado às cinco, às sete tenho
O card furado a me escravizar.
Rimarquesz |