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Contos-->O Bosque -- 05/05/2002 - 22:00 (Enildo Netto Teodoro) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O Bosque

Brumas envolvem, do sol, seus ralos raios.
Pelas frestas transpassam feixes
Como espadas iluminadas
Que atingem as folhas escuras e úmidas
Mantidas na escuridão do bosque

Num ponto, onde a luz não ousa entrar
Guardado por frondosos carvalhos
Permanece quieto e silencioso
Aquele cuja forma se mistura à amplidão
Da escuridão que o cerca

Pássaros voam entre folhagens
Com cantos curtos
Como se temessem
Que seu alegre farfalhar
Despertasse algo
Que se quer manter quieto

Quieto permanece
Das sobras
Como se do silencio
Doce melodia surgiu
A caminhar valsando pelo chão
Pelos galhos, com destino certo
As fronteiras do bosque
A convidar pura e doce alma

A Alma cujo existir
Aguça a fome
Daquele que nunca conheceu
O amor

Suaves e delicados pés
Lampejam saltos por entre
Virtuoso gramado ainda
Gotejado pelo orvalho
Saltitantes estacam
Diante da enorme figueira
Que demarca o inicio da floresta

A sinistra melodia envolve a
Translúcida neblina concentrando-a
Nas formas de radiante valete

O mais próximo que pode
O limite da floresta
Pô-lo perto da menina

Mechas de um castanho indecifrável
Desdobravam-se sobre vestes de cores
Compostas pela croma da floresta
Pálido, estático com o olhar no longínquo
Desaba em um arfar
Como se fosse um fôlego
A muito, muito tempo preso

E somente então se mechem
As suas íris em um objetivo certo

A menina permanece imóvel
Tentando desvendar
O que na floresta se parece
Tanto com uma figura humana

Ouvi-se então;

- Não tema, não corres perigo.

Brotou das brumas a gélida voz
Uma voz que as Pedras mais antigas do lugar
Já haviam esquecido
Mas era uma voz jovem
E a menina não deu espaço ao medo
Preferiu a excitação da aventura
E lentamente foi transpassando o limite da figueira

A escuridão se recolhia lentamente
Por entre as arvores
Expondo a cativante figura
Que estendia sua mão
Delicadamente adornada
Por alva renda que se derramava
Da manga de seu colete

Grandes e doces olhos
De profunda cor de mel
Cintilaram transmitindo o desejo
Da aventura

Descrevia-se claramente
Enorme ar de satisfação
Da sinistra criatura
Cuja forma representava
Elegante valete da época

Disse então a moça;

- Quem tu és?

Respondeu como uma flecha;

- Eu me chamo Lúcio
vim para lhe mostrar uma coisa
o meu reino

A moça;

- E porque quer me mostrar este reino?

O valete;

- Porque se gostar ele será seu

A moça;

- Eu já sou de um reino

O valete;

- Você é de um reino
Se vier comigo
Um reino será seu

Ela seguia como um carneirinho
Segue seu pastor
Agora dois vultos caminham
Pela floresta
À medida que caminham
Escasseia-se a luz
E se tornam abundantes as sombras
Pequenos vultos sorrateiros
Percorrem pequenos espaços
Escondendo-se entre as arvores
Curtas risadas malignas
Começam a despertar a desconfiança
Da dama
Que para franzindo a testa
Caindo em si e na sua triste sina
A face séria já não se esforça à simpatia
Porem demonstra intenções muito diferentes
Da imaginada pela bela moça

O olhar antes noviço
E apaixonante
Agora gélido e indecifrável
Estendia a mão desta vez como
Um tiro de misericórdia...


Novamente o sol se ergue no bosque
Raios transpassam as brumas da manhã
Tocando as folhas secas
Que apodrecem ao chão
Pequenos pássaros
A cantos curtos tentam se divertir
Ignorando um delicado lenço de seda
Que descansa sobre uma Pedra
No lugar mais escuro do bosque
Com um pequeno nome gravado

Adriana



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