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Contos-->Nem tudo está perdido -- 05/05/2002 - 19:09 (Rose Maura Fleixer) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Maria era o seu nome, como tantos outros nomes.
Vivia de catar lixo e sentia-se honrada por isso.
De lá tirava seu sustento, também o de seus filhos e marido desempregado. Era feliz. Tinha o que comer e onde morar e isto lhe bastava.
Certo dia no lixão, encontrou um cartão de loteria, e, posteriormente verificou que estava premiado. Não disse nada. Aguardou alguns dias para saber se alguém o reclamaria,mas parecia que seu ex-proprietário não dera-se conta de que jogara fora uma fortuna.
Passou vários dias pensado em o que faria com uma grana que a sustentaria com muito luxo por toda sua vida, então, pôs um plano em ação:
retirou o dinheiro, guardou-o sob o colchão e publicou uma nota anônima no jornal: " Sou dona de uma grande fortuna, mas não sei o que fazer com ela. Aquele que trouxer à público a melhor sugestão, receberá como recompensa, parte do meu quinhão".
Choveram notas nos jornais. Cada um com uma idéia mais mirabolante que a outra. Alguns economistas chegaram até a apelar para a quitação da dívida externa do país. A igreja falava em solidariedade. Os empreendedoras davam dicas de aplicações. Os charlatões prometiam o paraíso numa área metafísica e, claro, homens lindos candidatavam-se a um casamento que lhe traria felicidade eterna. Mas uma nota, apenas uma, escrita por um anônimo, chamou a atenção de Maria, e esta dizia: "Se eu fosse o possuidor de tanto dinheiro ficaria extremamente triste, porque provavelmente mudaria o meu estilo de vida e, certamente, meus amigos se afastariam de mim, claro que novos amigos viriam, mas de intensões duvidosas. Teria que viver eternamente em vigilância porque tudo à minha volta seria suspeito, porque o dinheiro compra quase tudo, menos a paz, portanto, se grande dilema abateu-se sobre você, faça o seguinte: quite os seus débitos, melhore sua casa, guarde um pouco para eventuais imprevistos futuros e com o restante mande fazer um grande parque público onde todos possam ir descançar, conversar e fazer amizades novas. Um lugar cheio de paz e beleza para que a sua felicidade possa ser compartilada com todos aqueles que buscam a paz."
Maria adorou a idéia e a pôs em prática. Não sabia quem seria o autor, mas sempre pensava nele como um grande homem sábio e possuidor de extremo altruísmo. Certamente alguém com muita leitura e nobre.
Maria sempre passeava no seu parque e gostava de sentar-se ao lado de desconhecidos para conversar, porque aquele local, como fora idealizado, tornou-se um ponto de encontro de pessoas que buscavam paz, tranqüilidade e quem sabe até, felicidade.
Certa vez, avistou um mendigo que deitara sobre uns jornais à beira de um chafaris. Parou ao seu lado e perguntou-lhe se precisava de algo, onde este respondeu: "nâo, bela senhora, tudo que precisava, agora já tenho. Sempre quis um lugar assim, onde eu pudesse ser eu mesmo, sem que fosse expulso dos lugares aprazíveis que escolhia para passar as noites. Cheirar as flores e apreciar a bondade daqueles que buscam a paz. Pedi este presente a uma senhora que não conheço e ela me atendeu. Veja como ainda há chance para nós. O mundo não está perdido, pessoas boas é que estão escondidas e protegidas do mal, mas sempre atentas, como os anjos de Deus, sempre por perto para nos carregar quando, por vezes, desistimos de andar.
Maria sentiu-se invadida de felicidade. Abraçou aquele homem fortemente, agradeceu-o e foi-se.
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