No início de Brasília, todos moravam no mesmo prédio, quiçá no mesmo andar, senadores e seus motoristas, deputados e criadas, juízes, procuradores e advogados e pessoas de menor nível econômico. Com o passar do tempo, contudo, as coisas iam caminhando para outro rumo. E a igualdade deixava de existir, para desgosto de Niemayer e Lúcio Costa, o engenheiro e o arquiteto da cidade.
As quadras comerciais foram planejadas para abastecer as quadras residenciais, com tudo de que seus moradores necessitassem, de sorte que não tivessem que sair daquele local e a vida fosse facilitada ao máximo.
Entretanto, as mais de quatro décadas, quase cinco, de Brasília, mostraram que o povo não se amolda a planos, detesta ficar acorrentado, assim que aquelas quadras se tornaram especializadas e setorizadas, como por exemplo, a 109 Sul, com suas lojas de luminárias; a 205 e a 405 Sul conhecidas como rua dos restaurantes. E os habitantes, felizmente, misturam-se e vão, em busca de novidades, às outras quadras e, agora mais do que nunca aos "shoppings" que se criam às dezenas, num incessante e salutar vai-e-vem.
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