Logo que cheguei à Brasília, indicaram-me o Brasília Palace Hotel, situado ao lado do Palácio Alvorada. Um marco inesquecível. Todos os funcionários públicos ou autoridades, que vinham para Brasília, tinham hospedagem certa, nesse hotel. Era uma jóia rara. Localização privilegiada. Amplos jardins. Muito verde e árvores abundantes e idosas (quanta lembrança havia guardada em sua memória). Quartos arejados.
Parecia um paraíso ou uma dacha, na longínqua cidade fundada, no cerrado, por Juscelino Kubitschek, bem próximo do Palácio presidencial. Nada mal, mesmo para quem deixara uma situação invejável nas suas origens.
Hoje, só se vê o pouco que resta do prédio esquecido e escuro, abandonado, após o incêndio que quase devorou vários amigos meus. E obviamente o descaso das autoridades. É uma vergonha, como diria o velho Boris Casói. É verdade, em boa hora, resolveram restaurar o que foi o presépio desta cidade. Nosso País prima por não ter memória. De vez em quando, tombam-se alguns bens e, assim mesmo, com muita parcimônia. E Brasília está tombada. E o velho Brasíla Palace Hotel está reconstuído. Imagine se não estivesse.
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