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Frases-->Ah que saudade dos velhos tempos! -- 22/05/2008 - 16:54 (Leon Frejda Szklarowsky) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Ah, que saudade do velho Largo de São Francisco, o Largo do Capim, onde está erguida a Primeira Academia de Direito, com suas arcadas e seu relógio, e seus estudantes alegres e faceiros. Lá fica a estátua do famoso Júlio Frank, que dizem ter sido judeu e maçon, fundador da Bucha. Todos pensavam que eu fazia parte da Bucha. Só eu não sabia.
Freqüentava a Biblioteca Municipal (eu era rato de biblioteca), na Praça Dom José Gaspar, onde conheci aqueles que, no futuro, fariam história no Brasil, como o Presidente Fernando Henrique, o Maurício Tragtenberg, o Paulinho de Azevedo Marques, e tantos outros que depois se tornaram famosos ou nem tanto!
Naquela época, São Paulo, terra da garoa, do frio gostoso, que tomava conta dos bandeirantes, nas noites de inverno, era uma cidade quase pacata, nenhuma poluição, conquanto lá tinha seus problemas, próprios de toda cidade que começava a inchar de gente que vinha de toda parte: da Europa, da Ásia, da África, enfim dos rincões mais distantes e também de todo o Brasil.
Este Brasil imenso guarda, em suas entranhas, toda riqueza do mundo, mas paradoxalmente produz filhos miseráveis e famintos. Povoava-se de gente que fugira do inferno que nem Dante imaginara. Da fome que nenhum homem jamais experimentara. Dos campos de concentração que jamais alguém pensara pudesse existir. Era o castigo na Terra. As labaredas tomavam conta do planeta, queimando o ser humano como se fosse um monte de papel jogado fora. A maldade no seu mais elevado patamar.
Era gente que buscava um novo lar, uma nova vida, um pouquinho de paz, uma pitada de tolerância, um bocado de compreensão e, por que não, alguma solidariedade que lhe faltou no antigo berço. O Brasil era o lugar esplêndido que acolheu a todos, desde sempre. E São Paulo tinha tudo de que careciam os novos imigrantes ou migrantes. Descortinava-se a ilusão de um paraíso perdido, lá longe, que talvez pudesse recuperar no planalto paulista, onde as imensas fábricas sujavam as paredes e manchavam o céu com sua fumaça cinzenta e espessa, mas que se traduziam em mais empregos, vida mais confortável e melhor para os filhos, para a família, às vezes até partida, pela dor de uma guerra, da tragédia que despedaçou homens, mulheres e crianças, sem piedade, sem remorso, com muita dor.
Terminava a grande guerra que dizimou milhões de pessoas. O mundo ainda se ressentia dessa malvada empresa e parecia que o homem enfim poderia conceber uma Terra Prometida, sem guerras, sem violência, sem fome.
Pura ilusão. Nada do que o homem sonhou se realizou, naquela metade do Século XX. Nem neste limiar do novo milênio, ainda molestado por tanta belicosidade e incompreensão. Entretanto, dia virá que o homem ingressará na era espiritual das luzes, não importa quanto tempo leve.
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