AS AVENTURAS DE ZÉ MONTEIRO
Raul Pereira Monteiro
Um lindo Pitiguari, Mas então como um castigo,
Com seu canto feiticeiro, Uma jovem se achegou,
Inspirou José Monteiro Acocorou-se e mijou,
A voltar em breve aqui. Em cima do seu abrigo.
Ele vem contar estória Outra mais, veio ligeiro,
Da sua vida passada, E disse por brincadeira:
Algo de “Passinerada”, “Onde mija ua brasileira,
Que lhe não sai da memória. Vem mijar o mundo inteiro”.
Há de falar do Ipanema, Disposto a fazer asneiras
Em seus banhos lá na ponte, E acabar com aquele entrave,
Das moças que iam à fonte O José pensou em chave
Querendo limpar a pena... Para fechar as torneiras...
As moitas de cururus, Porém a areia molhada
Verdinhas à beira dágua, Tolheu toda a sua ação
Livraram José da mágoa E o pobre ficou na mão
De ferrenhos sururus... Com a carcaça gelada.
Duas jovens não perdiam Finalmente cai a cena
Os banhos na correnteza, Da dupla da sedução
E o Monteiro, na esperteza, Que mexeu com o coração
Via quando se despiam. Do Monteiro no Ipanema.
E foi aí que enfurnado, E embora de mau alvitre,
Na moita de cururus, Declaro o que aconteceu:
Ele via corpos nus A verde moita morreu,
Expostos de cabo a rabo. Afogada no salitre...
Raul Pereira Monteiro (80 anos) Alegre e brincalhão. - Alagoano de Santana do Ipanema, radicado na Paraíba. Primeiro em Campina Grande depois em João Pessoa-Pb, onde reside atualmente. Agente Fiscal do Estado da Paraíba. Formado em Ciências Jurídicas. Poeta e escritor, com obras publicadas, inclusive um romance: “Quando a vida era mais doce”. Faz trovas, sonetos e poesias rimadas em geral. Obras: Mosaico Poético (poesia); Imagens do meu Caminho (poesia); Espinhos na Estrada (estórias diversas em prosa); Lembranças ( histórias do passado). No prelo: Nunca mais e Arengas Mesquinhas.
|