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Artigos-->APROXIMAÇÃO NECESSÁRIA -- 15/10/2006 - 23:02 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
APROXIMAÇÃO NECESSÁRIA



Francisco Miguel de Moura*







Não é segredo para ninguém que o idioma falado no Brasil e em Portugal tem dias contados para bipartir-se: o brasileiro e o lusitano. É uma pena, mas realidade nua e crua. Até a língua escrita, ou, se alguém quer, a escrita da língua já apresenta bastantes discrepâncias com relação aos acentos e palavras que têm significados diferentes de cada lado do Atlântico. Outras que lá existem e aqui não, como outras que aqui foram e estão sendo criadas diferem da forma de criação de lá, especialmente as que provêm do inglês: gol aqui, golo por lá; aids aqui, sida lá... são exemplos.

Na língua falada a pronúncia, de tempo em tempo, vêm-se modificando, parece-me que levada pela diferença de clima, proximidade de outras línguas da Europa, etc. Mas não só por isto. Creio que a influência da acentuação leva os portugueses a pronunciarem muitas palavras e expressões diferentemente de nós: Antônio, António. Somos mais lentos, as sílabas todas aparecem; lá, somente são audíveis as tônicas das palavras. Dessa forma, tenho observado que até a contagem das sílabas dos versos, por muitos poetas, vai sendo descuidada. Pressinto que a poesia está se separando também, no seu aspecto formal.

A única grande tentativa de aproximação entre os dois países, nesse aspecto, deu-se por parte nossa, através da TV Globo, exportadora de programas e novelas de grande aceitação em Portugal, este já a mostrar que não é diferente do resto do mundo, que consome nossos folhetins cada vez mais. Mas não é uma boa forma, pois a linguagem novelesca nem sempre é bem cuidada e, assim, em lugar de levá-la na sua forma correta, vão também nossos erros, nossas deficiências e cacoetes lingüísticos.

E dos acordos ortográficos entre Brasil e Portugal, que dizer? Têm sido lamentáveis. Parecem mais desacordos, discórdias. E efetivamente o são. E assim não pode continuar.

Observe-se que a língua veiculada pelos jornais e revistas, mais do que a dos livros, têm mostrado essas enormes diferenças. Por falta de espaço, creio não será aqui o lugar próprio de transcrever textos de lá e de cá. Mas os leitores que têm tido contato (lá se escreve e pronuncia-se contacto) com a imprensa notam isto, não só pelo número de palavras escritas, acentuadas, pronunciadas diferentemente, quanto até mesmo pelo desenrolar da frase: a nossa mais direta (respeitando que o português normal, clássico, usa o indireto pelo direto); a deles mais enrolada, como se num estilo barroco.

É por isto que nós, do Brasil – onde, por incrível, a língua permanece mais pura – devemos ter muito cuidado com as novidades, as exceções, os neologismos, e com as idiossincrasias dos gramáticos também, para entrarmos no dinamismo da contemporaneidade e no razoável da globalização. Barreiras econômicas, fiscais, para que produtos culturais como livros, revistas e jornais circulem livremente, devem ser quebradas entre os dois países. Outra coisa, que artistas de teatro, cantores, etc. possam fazer temporadas lá, e os de lá, aqui, com incentivos governamentais. Mais: Que haja troca de estudos universitários entre a Universidade de cá e a de lá, para que os mestrados e doutorados sejam meio de aproximação e não de separação. Da língua, costumes, cultura. É o mínimo que esses governos podem fazer.



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*Francisco Miguel de Moura é escritor brasileiro, mora em Teresina.E-mail:franciscomigueldemoura@superig.com.br

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