Onde foi parar o sentimento que eu tinha, quando abria a janela aos doze anos? Os olhos que viam tudo com emoção, o peito que batia de orgulho, a segurança que eu tinha no futuro, aonde estão? Será que perdi-me?
O amor pelas pessoas? O sorriso franco? O humor absoluto? Não, não perdi-me. Na verdade, nem fiz mais aniversário. Continuo com doze anos; tudo dentro de mim se torna brinquedo e nobreza num estalar de dedos.
Foi o mundo que envelheceu, e a mudança na identidade fez com que tratassem-me diferente. Na verdade, encolhido por trás do traje social do homem triste e prático e severo, um menino irremediável mantém seu intermitente diálogo com as estrelas.