"QUANTOS DE VOCÊS JÁ OUVIRAM FALAR DE MOTORES ALTERNATIVOS. MOTORES QUE FUNCIONAM COM QUALQUER COISA, DE ÁLCOOL A LIXO, OU ÁGUA. OU CARBURADORES QUE FAZEM DEZENAS DE QUILÔMETROS COM UM LITRO. NÃO OS CONHECE PORQUE SE FOSSEM USADOS LEVARIAM AS COMPANHIA DE PETRÓLEO A FALÊNCIA.
MILHÕES E MILHÕES DE BARRIS DE PETRÓLEO ESTÃO AGORA DESTRUINDO O OCEANO E AS MUITAS FORMAS DE VIDA QUE ELE SUSTENTA. ENTRE ELAS ESTA O PLÂNCTON QUE SUPRE DE SESSENTA A NOVENTA POR CENTO DO OXIGÊNIO DA TERRA. ELE SUSTENTA TODO O ECOSSISTEMA MARINHO QUE FORMA A BASE DO SUPRIMENTO DE COMIDA DO PLANETA. MAS O PLÂNCTON ESTÁ MORRENDO.
A LEI DIZ: NENHUMA COMPANHIA PODE SER MULTADA EM MAIS DE 25 MIL DÓLARES POR DIA. SE A COMPANHIA GANHA 10 MILHÕES DE DÓLARES POR DIA POR DESPEJAR RESÍDUOS TÓXICOS LETAIS NO OCEANO, É APENAS UM BOM NEGÓCIO E VÃO CONTINUAR FAZENDO ISSO. ELES INFLUENCIAM A MÍDIA ENTÃO PODEM CONTROLAR NOSSAS MENTES.
ENQUANTO HOUVER LUCRO A SER CONSEGUIDO POLUINDO A NOSSA TERRA, EMPRESAS E INDIVÍDUOS VÃO CONTINUAR A FAZER O QUE ELES QUEREM.."
O texto acima é parte do discurso que o personagem de Steven Seagal fez no final do ecológico filme "Em terreno selvagem" . Ele atuou, produziu e dirigiu em 1994 esse trabalho que marca em sua carreia uma fase de filmes ligados a ecologia. Com roteiro de Ed Horowitz e Robin U. Russin, o filme denuncia o cartel dos produtores de petróleo. Esse texto foi extraído de uma cópia dublada exibida pela televisão. Não tive oportunidade de assistir ao original, e a recepção do espectador é diferente dependendo da maneira que vê os filmes: dublados, originais, transmitido pela televisão ou pelo cinema.
Seagal é conhecido anteriormente em produções "violentas" como "Nico-acima da lei" e "Marcado para a morte", as quais mostram suas habilidades como especialista em artes marciais. Ele exemplifica como deve ser o comportamento de um lutador e utiliza suas habilidades apenas no combate ao crime e para auto defesa. Sua "violência" não é gratuita, não é "glamorizada", e está sempre justificada pela moral e pelos bons costumes. Ao contrário de outros policiais do cinema, os personagens de Seagal freqüentam instituições religiosas, apoiam a família e combatem o crime sem preocupação com "vinganças".
No "Em terreno selvagem" , Stevem Seagal prova mais uma vez seu talento como ator e diretor. Nesse filme, com belas paisagens, pouco se vê de lutas marciais. Steven Seagal, mais preocupado com o futuro do planeta, luta para salvá-lo. Seu personagem, especialista em evitar grandes acidentes ecológicos, é contratado por uma empresa de petróleo comandada por um presidente sem escrúpulos, interpretado por Michael Caine. Trabalhando entre os grandes responsáveis pelo petróleo, Seagal descobre como somos manipulados pelas grandes empresas, que em momento algum se preocupam com a sobrevivência do planeta. Principalmente quando seus lucros permanecem altos.
O que despertou meu interesse pelo filme, apesar de já admirar o trabalho de Steven Segal, foi a transformação de seu personagem. Em filmes anteriores, como já foi dito, ele defendia os valores morais, os bons costumes dos seres humanos. No filme "Em Terreno Selvagem" sua preocupação passa a ser com todo o planeta. Nesse trabalho e outros que o seguirão como "Ameaça Subterrânea" produzido em 1997, Segal parece descobrir que não basta preocupar-se apenas com a moral dos homens, e que para salvá-los é necessário que o lugar onde vivem também seja salvo.
O mundo acorda para um perigo iminente: a destruição do nosso planeta. O cinema utiliza sua linguagem acessível a um maior número de pessoas, como contribuição para a luta em favor da proteção e conservação da Terra. Homens responsáveis e preocupados, como Steven Seagal, aproveitam seus recursos e talentos para engajar nessa luta.
Talvez pudéssemos nos mudar para outro lugar no universo. Mas, mesmo que o lugar seja semelhante a Terra, sempre sentiríamos culpa pela sua destruição.
