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Artigos-->ANTIGAS AMIZADES -- 02/10/2006 - 11:03 (L. Stella Mello) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




Nesses tempos conturbados é difícil conhecer ou reconhecer um verdadeiro amigo.

Vivemos próximos uns dos outros, quer pela proximidade física na vizinhança, por exemplo, quer pela nossa ocupação.

Não vivemos sozinhos, formamos um agrupamento de pessoas heterogêneas freqüentando os mesmos lugares públicos. E dessa maneira passamos muitas vezes de simples conhecidos a, de uma certa forma, amigos. Porém podem existir divergências no modo de pensar, nas preferências, no comportamento. A sociedade, como conjunto de pessoas, obriga-nos a manter uma posição de boa vizinhança, de camaradagem... Coisas que buscamos fazer com a maior dignidade possível. Dessa forma vamo-nos adaptando melhor com determinadas pessoas com quem temos muitos pontos em comum.

Muitas vezes, já que há uma troca entre os seres, a vida vai facultando a que sigamos trocando experiências, moldando nosso gosto, aprimorando mesmo o nosso modo de proceder. Uma coisa gera outra, o mesmo que dizer que o outro é o espelho onde nos refletimos. Fica mais fácil dessa forma ir corrigindo em nós aquilo que nos incomoda no outro, e naturalmente, esse outro procura, por sua parte, ir mudando aquilo que não tem mais correspondência.

Quando isso acontece, a amizade vai ficando sólida. Muitos pontos são encontrados em comum, está mais fácil a convivência, até mesmo prazerosa.

Mas, como a vida é dinâmica, em determinada época vai desligando os interesses primeiros, automaticamente vai-se abrindo um oceano entre as pessoas. O tempo faculta esse afastamento. Mudança de cidade, filhos crescidos, família ampliada, mudança de responsabilidades, ocupações diferentes. Infindáveis são os motivos que vão afastando as pessoas...

Em algum momento volto meu pensamento para outro tempo, outra cidade, e encontro pessoas que fizeram parte da minha infância, da minha juventude. O Tempo do colégio, os colegas de classe.

De quanta coisa é feita nossa infância. Quantas pessoas foram importantes para nós... Nossos primeiros professores, nossos colegas mais próximos que deixaram uma página escrita em nosso pequeno caderno de recordações.

Onde estarão hoje? Que caminho terão traçado?

Sempre pensamos no nosso futuro, principalmente quando terminamos um curso. Os colegas todos se separam e seguem rumos diversos. Eu mudei de cidade, outros colegas, também. A expectativa dos jovens é grande demais, não há tempo para sentir saudade. Sentimos falta, mas é preciso atender às nossas perspectivas. Algumas cartas são trocadas, mas também vão se espaçando.

O trabalho, depois o casamento, os filhos, o tempo vai ficando escasso, e a distância vai aumentando. Bem verdade que nem sempre é assim... Mas, você deixa entregue ao passado aquilo que já passou, sem ver um caminho de volta porque ele não é importante.

Não podemos voltar o tempo, então seguimos em frente, porque estamos acompanhando com o coração os filhos que seguem com suas vidas, seu crescimento, sua formatura, a luta pela sua carreira e depois com sua família.

Mas um dia, por acaso, encontramos alguém que tem os mesmos interesses nossos. E descobrimos que essa pessoa, que nunca conhecemos, pertence a uma família que estava muito ligada à nossa por afinidade, amizade antiga. Somos da mesma cidade distante há anos.

Então, através dessa oportunidade o contato foi restabelecido, e reencontramos parte do tempo da infância, e essas pessoas lembram-se de nós!

Difícil será reconhecer . Mas, de repente, estou voltando. Lentamente, mentalmente à minha terra natal, retomando aquele fio que deixei romper como se volta de uma longa viagem, viagem esta que é feita através da própria vida...

Faz tempo tenho manuseado meus antigos escritos, páginas essas desse tempo. E neles vejo meu grande sonho que nunca esmoreceu, mas se aperfeiçoou com o passar do tempo. Sinto que durante minha vida tenho seguido o caminho que desejei. Amadureci, abri meus horizontes, enriqueci minha maneira de pensar, soltei minha maneira de escrever!

Valeu a pena!!! Fui coerente toda minha vida... E posso olhar para trás com ternura, como abrindo um caderno e vendo meus primeiros versos, sentindo os momentos em companhia de meus antigos colegas, pensando sobre o futuro que queríamos ter!

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