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Artigos-->CULTO AO ABSURDO -- 30/09/2006 - 22:33 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
CULTO AO ABSURDO



Francisco Miguel de Moura*



Todos os cultos são absurdos, menos à vida e à liberdade. Mas eu preciso falar de um outro culto, que só acontece por incúria do nosso povo.

Nosso mal não é a mistura de raças nem a herança do português atrasado, e não podemos culpar só o colonialismo e a escravidão. A Austrália, povoada com ladrões e criminosos, degredados que a metrópole mandava, sua ordem e seu progresso estão acima do nosso. Não botemos culpa em ninguém nem em nada, temos o nosso destino nas mãos. É preciso um exame profundo de consciência de todos nós. A sociedade brasileira age como se quisesse esta intranqüilidade, esta falta de segurança, o cada vez maior florescimento do crime organizado, que se agrupa em partidos ou associações e lança ramificação entre parlamentares, portanto no Congresso Nacional. Por outro lado, os guardas e funcionários prisionais facilitam a entrada de armas e celulares nos presídios, os advogados cooperam, e as famílias dos detentos completam. As leis são condescendentes e as autoridades fracas. Tudo isto de mistura com o tráfico de drogas, que “os filhinhos de papais ricos” adoram e os pobres da favela aceitam como meio de vida, já que não têm outra perspectiva de ganhar o pão. A lavagem de dinheiro podre, o jeitinho, a sonegação, a corrupção, o funk, o rádio, a tevê – todo esse caldo de cultura, onde o governo só põe a mão para piorar, tinha que dar no que deu. Metidos num cipoal de contradições maior do que as que já tínhamos por tradição, um poço sem fundo, já somos quase um Iraque, quase uma Colômbia, quase um Afeganistão, quase um dos piores países do planeta em qualidade de vida e segurança. Quando acontece em São Paulo aquela onda de assassinatos, a imprensa mundial grita mas o Brasil não se mexe, tal como sucedeu ao Congresso invadido pelos criminosos do SMST. O povo diz: “A coisa está ruim”. Os intelectuais e as autoridades contestam: “Não, não chegamos ao cúmulo, na África há situações piores”. Que faremos nós das nossas riquezas naturais e humanas se não pudermos desfrutá-las em paz? A maior riqueza é a vida. E no Brasil ela corre perigo a todo segundo. O cidadão vive em degredo, seqüestrado em sua própria casa. A situação pede urgência urgentíssima. Precisamos pegar em armas, não naquelas que se adquirem no mercado negro ou se compram na loja para defesa pessoal. As armas que precisamos levantar são estas: abandonar a piedade e as condescendências com criminosos, dar um freio maior aos meios de comunicação de massa, proibir jogatina e todo e qualquer negócio de drogas, punir severamente todos os desvios de conduta individual ou social como programa a longo prazo, começando pelo porteiro do prédio, a doméstica que faz seus serviços caseiros, indo aos deputados, senadores, administradores públicos (de ministros a presidente e diretores de empresas governamentais, incluindo o próprio presidente da República, os Tribunais de Justiça e o Poder Legislativo). Longe de uma democracia, não temos instituições fortes que garantam a permanência no bom caminho nem associações, sindicatos ou partidos. Funciona .o corporativismo: da Polícia, do Governo, dos criminosos Temos é falta de consciência do que vem a ser um cidadão de bem, temos só ganância e falta de ética em todos os sentidos. Não custa muito o dia em que o garotão responderá surpreendentemente à pergunta clássica do pai: – “Meu filho, quando você crescer, quer ser o quê”? – “Pai, quero ser um bandido.” Não é isto que vê e ouve no colégio? Não é a isto que assiste pela televisão? Não tem visto muitas vezes os pais praticarem delitos ou ações pouco recomendáveis na vida e no trânsito como se estivessem corretos? Precisa-se já de uma escola para os pais. O pior de tudo é que o poder público há 12 anos não levanta uma palha para melhorar a situação. Jamais enfrentou o mal de cara, pra não falar noutros males, como a falta de escola ou a péssima escola e somente para uma pequena parte da população. Também a saúde, que horror!





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* Francisco Miguel de Moura, escritor, mora em Teresina – Piauí, e-mail: franciscomigueldemoura@superig.com.br



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