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Artigos-->A AMÉRICA EM PERSPECTIVA -- 30/09/2006 - 22:20 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A AMÉRICA EM PERSPECTIVA



Teresinka Pereira*

Francisco Miguel de Moura*



“Ontem a Dê (uma brasileira, minha vizinha e amiga) me trouxe um artigo do jornal The Blade, de Toledo, que me pareceu muito interessante. O título era Uma grande Pergunta para a América Latina. O autor é um jornalista do New York Times News Service, de nome Thomas L. Friedman. Como quase todo estadunidense, ele acha que tudo o que se faz e acontece América Latina está errado. Eu acho uma graça danada nisto. Lembro-me do dia em que um americano chamado George W. Bush pretendia dar lição de finanças e economia aos chineses. Logo agora que a China já está programada para passar à frente dos Estados Unidos economicamente e tornar-se a primeira potência do mundo. Enfim, conselho e água benta só tomam quem quer” – eis o que me diz Teresinka Pereira, de lá dos Estados Unidos.

Eu continuo a conversa: O barato mesmo, Teresinka, é que a China deu uma revirada tamanha nos dois sistemas dominantes da época: capitalismo e socialismo. Tentaram provar com o caso da União Soviética que o socialismo de Estado, de partido único e centralismo econômico, não dava certo. E, finalmente, que nenhuma economia agüenta apoiar-se na doutrina marxista, isto é, o fim do Estado e a autogestão. Não daria certo. Mas a China, depois de vacilações, criou o seu próprio socialismo, liberando a economia quase toda, mas dominando o Estado, a política, etc.etc. E deu certíssimo, contra todas as certezas capitalistas, pois dentro em breve será a maior economia do mundo.

Teresinka continua: “O coitado do Friedman começa seu artigo comentando que os problemas da América Latina estão baseados na divisão da sociedade entre pobres e ricos e também na corrupção. Comenta depois a possibilidade de o Continente Sul imitar a Índia, que exporta técnicos de computação. Ou ficar dependente da China para importação de bugigangas. Afinal, a dialética empresarial dele aponta a genialidade de um operador de uma companhia de softwere na Índia que tem empregados no Uruguai e que serve os Estados Unidos e o resto do mundo nesse setor. Diz que os estudantes latino-americanos, em lugar de irem para as faculdades de humanidades, deviam estudar programação de computadores.”

Sustentamos que o jornalista Friedman propaga que só a tecnologia é progresso, nada mais importa. Mas nós acreditamos que sentar a bunda numa cadeira e ficar o dia inteiro e a noite diante de computadores não só é prejudicial à saúde do corpo como da alma. Para os intelectuais dos Estados Unidos toda a classe média, que é a maior e a que existe lá e aqui, além da elite, deve acabar com essa ilusão de humanidades, e abandonar a educação, para ser composta apenas de técnicos que vão “enricar” os já mais ricos, numa repetição atual do que aconteceu na Revolução Industrial, na Inglaterra. Os trabalhadores eram escravos brancos, quando não animais, trabalhando nas fábricas 12, 14, 18 horas por dia, incluindo homens, mulheres e crianças. Eu e Teresinka Pereira, ao contrário, achamos que hoje é que homem deve procurar mais ainda sua libertação do trabalho massacrante e derivar-se praticamente para as atividades artísticas de modo geral, literatura, filosofia, ciências, e não só para as leituras da internete, que emburrece e estraga a vista, entre outras moléstias, como aliás, todas as exclusividades. É que mais vale um pobre educado que um rico ignorante e há mais valor em servir ao progresso moral e intelectual da humanidade que servir aos jogadores da bolsa internacional.

A globalização da economia não é tudo, não é quase nada. E se é que o mundo deve ser globalizado – não temos ainda a certeza se seria possível – teria que ser também em todos os seus direitos: cidadania, educação, segurança, saúde, amor e liberdade, enfim, cada vez tornando a humanidade mais humana.

______________________

*Teresinka Pereira é escritora, tradutora, dirigente de associações de escritores reconhecidas internacionalmente, e mora nos Estados Unidos.

*Francisco Miguel de Moura é escritor e mora em Teresina – Piauí - Brasil.

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