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Artigos-->TAL COMO PREVÍAMOS -- 28/09/2006 - 20:16 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


A CADEIRA ESTÁ VAZIA

(Por Domingos Oliveira Medeiros)



Estamos indignados pelo exemplo dos mágicos e ilusionistas de plantão. Mágicos, contadores de histórias, milagreiros. Fantasmas, doleiros e mensaleiros de caixas mil. De comportamento rasteiro. Tudo pelo dinheiro Vil. Ninguém sabe, ninguém viu. Claro! São histórias. Fábulas de dinheiro mal contado. Escondido nas torres de igrejas de santos pastores iluminados pela luz do vil metal. Lá dentro, na catedral, e em plena capital, o ouro sujo e mal lavado. Como o sangue que foi derramado no plenário do Congresso Nacional. Vale dizer, Câmara e Senado para quem não sabe.



Excelências que tiveram seus nomes gravados, todavia permaneceram calados durante depoimentos junto às diversas CPIs, Polícia Federal e Ministério Público, onde foram investigados. Artistas, mascarados, fantasmas do circo dos horrores. A culpa, como sempre, senhoras e senhores. Imputada aos cães, os eleitores. Vale dizer, a gente. Tratado como indigente. Aqui entendido como quem não aprendeu a votar. Que não costuma acompanhar e cobrar o desempenho de quem elegeu. Azar o nosso. Azar o meu. Azar o seu. Esquecidos, de fato e de direito, tal qual um certo amigo, um certo sujeito. Que não se lembra de nada. De tudo que já passou. Quando muito, ouviu falar. E que prefere, como sempre, aguardar apuração dos fatos. A presunção da inocência. Apesar de todas as evidências, cabe perguntar: e como fica a presunção da culpa? Aguarda o julgamento para depois se pronunciar. No entanto, apressa-se no prejulgar, para absolver antes de o processo terminar. Portanto, um contraditório evidente, da parte do presidente, porquanto não guarda sintonia com o que pensa a respeito. E fala na garantia do direito à cidadania. Enaltece as vantagens da Democracia. Como se pudesse tanto, a Democracia que se pratica em nosso país. Que deixa a desejar em termos de liberdade de expressão e de pensamento, justiça social e direitos consagrados na Constituição. Eis a questão.



Democracia que poderia dar certo, não fosse o paradoxo da oferta dos produtos a serem trocados pela moeda do voto universal. Onde se negocia todo o contraditório do voto livre, porém secreto, além de obrigatório. A oferta segue a rotina do mandato prorrogado. De produto envelhecido. Manipulado, em parte, pela mídia ao lado, que privilegia a fofoca em vez dos programas e intenções dos candidatos, da informação consistente e de qualidade. Verdadeiro campeonato de baixarias. Entre tapas, beijos e dossiês de todos os dias.



Produtos com embalagem amassada, envolto em teias de aranha e bastante empoeirado. Prazo de validade vencido. Trocam-se as etiquetas para de novo serem comprados. Apesar do ocorrido e de todo o inusitado. Presidente ou senador e outros representantes da Nação e do Estado. Tudo pelo dinheiro. Tudo contra os princípios elementares da ética e da moralidade. Da lisura e da impessoalidade no trato da coisa pública. Que passa a ser da privada. Literalmente falando.



Mas ainda tem jeito. Se os salários que pagamos aos nossos representantes e governantes fossem de pouca monta e todos os privilégios cortados, não tenho dúvidas, a fila de interessados em bem servir ao povo seria decerto bastante reduzida, porquanto ninguém se atreveria a gastar tempo e dinheiro e trabalhar todo dia, como qualquer brasileiro. Infelizmente, apetece a hemorragia, a sangria do cofre furado. Lá dentro, na Câmara dos comuns. Tramam suas Excelências. Corre frouxa e impune a covardia. Será que alguém poderá ser preso um dia?



Os conluios são freqüentes. Senadores e deputados, flagrados numa noite suja de uma festa de arromba. Para qual, os eleitores, nunca fomos convidados. Entrada só permitida para ratos e morcegos. Gente rica no cerrado. Sem apegos e respeito para com o eleitorado. Raposas no poleiro. Muito sangue derramado. Durante o ano inteiro. Dentro do galinheiro. Ao som de valsa e bolero, a dança do ventre livre. O sorriso debochado e sorrateiro. Festa na outra casa, também. Na casa da mãe Joana, onde tudo parece ter sido combinado pelo companheiro. Tal como disse o caseiro, ratificando o que viu o Francenildo, o jardineiro.



Realidade cruel de alguns políticos e marqueteiros. De conduta infiel ao povo brasileiro. Bastante descrente e envergonhado. A indignação é crescente entre nós, amantes da paz e da verdade. Que agimos com o coração cheio de esperanças e de utopias por dias melhores. Perdemos quase todas as batalhas. E estamos cansados de guerras. Guerra da qual ainda desertamos. Guerra que enfrentamos com galhardia, com as armas de que dispomos: a poesia, sem violência, sem covardia. Palavras doces e sinceras nascidas de dentro da gente. No borbulhar permanente da verdadeira nascente. Na verdade do encantamento dos rios e cachoeiras por onde correm nossos sonhos e fantasias. Muito mais verdadeiros do que possa pensar nossa vã filosofia.



Ondas de prosa e de verso. Cantadas em harmonia como o côncavo e convexo. Precisamos cuidar melhor do meio ambiente. Recuperar o entusiasmo pela vida, refletida nas águas claras e puras de nossos rios e seus afluentes. Evitar que a vida estanque, optar pela emoção que dá sentido a vida, até a última travessia. E desse modo, alcançarmos o outro lado do muro: a eternidade prometida. Deixando para trás a parte sombria, A parte dentro do escuro. A parte do peixe morto pela falta de oxigênio. A parte do desgosto que a todos asfixia. A parte sem apartes E que já foi mais transparente um dia de rios mais caudaloso. Que secam à cada dia. No terreno movediço da lama politizada, que cresce e se amplia quando o descaso acontece. O descaso do recesso. A desordem do progresso. A desordem da ordem do dia-a-dia. Em que tudo é votado em troca de gentilezas. Sem leitura, sem pressa, com correria. Em favor da burguesia. Da burguesia que fede. Da política sem programas. De casamentos sem proclamas. Inimigos de outrora dormem na mesma cama. De barrigas constipadas de promessas vazias, evacuadas de sentidos gástricos pelo que ela produz no final, à revelia dos reais interesses do povo. Votos de liderança partidária. Votos, portanto, de uma minoria. Promessas podres, repetidas, guardadas em todas as suas vias. Biliares, urinárias, respiratórias. Por via das dúvidas, bastante sentir no ar. Pelo cheiro todos conhecem. Ou quando menos, desconfia. Nada de novo acontece. A cadeira está vazia.





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