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Artigos-->MAIS UM MANDATO PARA LULA? -- 25/09/2006 - 17:33 (Délcio Vieira Salomon) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
MAIS UM MANDATO PARA LULA?



Délcio Vieira Salomon







No apagar das luzes de seu governo, FHC declarou que, se tivesse mais um mandato, mudaria sua política econômica e salvaria o Brasil do caos em que estava se precipitando. Atitude digna do Conselheiro Acácio, mas muito mais pertinente ao gesto do pavão que enfia a cabeça em sua plumagem para não ver a feiúra dos pés.



Em artigo para o Estado de Minas, comentando a frase de FHC, escrevi: “Como mineiro não pode perder sua proverbial desconfiança, não custa abrir os olhos: é de se temer, que, depois duma declaração desse jaez, no atual processo eleitoral, o autêntico candidato da oposição corra o risco de ganhar, mas não levar. Essa a grande ameaça que paira sobre todos nós”.



E continuava: “Se o presidente não insinuou a possibilidade de mais um mandato, como há tempos se cogitou, inclusive pela grande imprensa, para quem sabe ler as entrelinhas do poder, a frase pode ser traduzida: a oposição tem razão em criticar o atual modelo econômico, mas o único que poderá mudá-lo é meu candidato (Serra). Ele será a minha continuação´”.



Desde o início do processo eleitoral, o candidato do governo FHC, estava ciente da altíssima rejeição que o povo tinha e tem pelo então presidente (talvez seja por isso que o próprio PSDB nem cogitou de relançar FHC para o atual pleito a concorrer contra Lula). As conseqüências seriam mais desastrosas que as pintadas pelo atual cenário eleitoral. Todos o sabemos: fomos traídos com o engodo da estabilidade do Plano Real e com o maior atentado à democracia nos últimos tempos: a reeleição. Além disso, a corrupção sempre rodeou o poder central. Apesar de não o ignorar, Serra fez e, acredito, continua fazendo de tudo para desligar seu nome de FHC. Não o defende, nem o critica.



Entretanto o baixo nível, em que as eleições de 2002 se realizaram, não se compara com o atual. O pior de tudo é que não temos escolha. O povo brasileiro é convocado a escolher entre o pior e o péssimo.



Sou levado a concordar com o jornalista R. Pompeu de Toledo quando diz “ Lula não é um político. Não é nem mesmo uma pessoa. É um mito. É o retirante nordestino e operário metalúrgico sem um dedo que virou presidente, discursa na ONU e passeia de carruagem com a rainha da Inglaterra”. VEJA, 27/09/2006, p. 134)



Mas discordo inteiramente quando compara Lula com Hercules e Teseu e como tais mitológicos heróis não pode ser derrotado. Continuo a fazer minha a dúvida do psicanalista Dr. Lancetti, reproduzida como epígrafe de meu artigo, neste site transcrito - “A derrocada de um mito” - quando escreveu: “ele é mais que um produto (da mídia), ele é um monstro, o monstro que a teratologia não consegue decifrar”

(Antônio Lancetti).



Mais mito que Lula foi Getúlio. Não fosse o gesto supremo do suicídio não voltaria nos braços do povo, se renunciasse ao mandato. Se fosse cassado, talvez sim. Mas o caso de Lula é bem diferente. Getúlio foi traído por seu guarda-costa, Gregório Fortunato e pelos áulicos do poder e bajuladores que o rodeavam. Lula jamais foi traído. Basta ver como passa mão na cabeça de todos que, por força das acusações de corrupção teve de usar o poder de demitir.



Getúlio jamais pactuou com a corrupção apontada por Lacerda. Lula, ao contrário vem acobertando há muito tempo o mar de lama, em que, por certo, um dia será mergulhado pelos próprios comparsas em seu desvario de governar acima da ética e da moral.



Fico imaginando o que não será um segundo mandato de Lula. A sanha de Carlos Lacerda e sua UDN na época de Getúlio seria uma gota d´água se comparada com o furacão que virá. Duvido que ele terá ressonância ao apelar para o povão, caso esteja encostado na parede sob a ameaça de impeachment. Collor, que se julgava acima do bem e do mal, também apelou ( " não me deixem só" e "em protesto, vistam-se de verde e amarelo")... e todos sabemos o que aconteceu!



O pior de tudo é que quem pagará por tudo isso será, sobretudo, o povão que nele ainda está ingenuamente acreditando.

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