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Artigos-->A QUESTÃO DO MENOR ABANDONADO -- 21/09/2006 - 16:53 (Délcio Vieira Salomon) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A QUESTÃO DO MENOR ABANDONADO





Délcio Vieira Salomon





A expressão “menor abandonado em BH” esconde algo com poder de comoção e abalo ainda não detectado, infelizmente, por nossos políticos e governantes. Mesmo sem possuir o ‘status’ de movimento social sui generis, está freqüentemente associado na mente de quase todo belorizontino aos assaltos em grupo, aos arrastões, mas também ao nó de dois sentimentos opostos: piedade e revolta. A dilacerar qualquer coração humano.



Neste conflito íntimo de cada um reside a angústia quase paranóica da aflita e calada interrogação: - serei eu hoje a próxima vítima? Ou o tormento das marteladas constantes em nossas consciências:- até que ponto sou eu também responsável e culpado por esta situação?



Por enquanto não possui a força que chega a entranhar-se em certas siglas como MST – Movimento dos Sem Terra, positivamente, ou CV – Comando Vermelho, negativamente. Mais dias menos dias, bastará um perverso condotiere, um novo “capitão de areia” a liderar o bando e por certo detonará a explosão alimentada pela pólvora da injustiça social, amalgamada com o descaso por tudo que embebe o individualismo – alma do neoliberalismo que o PT prometeu expurgar, mas que infelizmente não conseguiu, por capitular-se perante o FMI. Enquanto não se proclamar a moratória, não haverá recursos para resolver qualquer problema social.



Estranhamente estamos quase ao fim da campanha para prefeito e nenhum dos candidatos apresentou projeto consistente de como enfrentar o problema do menor abandonado em BH. Parece que nem tocam no assunto.



Na campanha, em que Célio de Castro acabou sendo eleito pela primeira vez, entre tantas “promessas” assumiu como prioritária a solução do problema dos menores abandonados. Infelizmente não cumpriu a promessa e o drama se agravou assustadoramente nas ruas de nossa capital. Talvez, por isso, nem constou como compromisso de seu segundo mandato, dolorosamente interrompido.



Lembro muito bem quando o assunto foi colocado durante o debate pela televisão com Amilcar Martins. Este desafiou o oponente sobre a questão do menor abandonado. Célio com aquela seriedade, fleugma e dialética socialista que lhe são peculiares, deu inteligente resposta: - “Esta questão é complexa e complicada. E para o complexo e o complicado não há soluções simples. O que falta ainda é a problematização desta realidade. Creio que depois da problematização, do diagnóstico e da análise surgirão as soluções. É o que proponho fazer prioritariamente” (se suas palavras não foram literalmente estas, foi este o teor de sua resposta).



Por falta de atenção devida de nossos governantes, estamos constatando que o número de menores abandonados espalhados pelas ruas de Belo Horizonte aumentou a ponto de amedrontar incautos e precavidos. Quase não há avenida, praça ou esquina em que, a qualquer hora do dia ou da noite, não surjam dezenas e aos grupos.



É a ameaça a caminhar célere e a invadir a cidade, por ironia, naquele momento, ela sim a abandonada. Abandonada, pouco a pouco tornar-se-á a “cidade maldita” entre as “invisíveis” de Italo Calvino. Uma cidade em pânico. E em pânico deixa de ser a solidária BH.



Será que nossos candidatos têm consciência de borracha e os meninos de rua não lhe causam mossa?



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