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Artigos-->EDUCAÇÃO À ESQUERDA -- 21/09/2006 - 11:20 (Délcio Vieira Salomon) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
EDUCAÇÃO À ESQUERDA



Délcio Vieira Salomon







O discurso de posse do novo ministro da Educação - Prof. Cristovam Buarque, a acreditar na sinceridade de suas palavras, deixa o Movimento Docente (MD) com pulga atrás da orelha. Só louvores a Paulo Renato. Logo no primeiro parágrafo, declara: “impossível não reconhecer que houve avanços na Educação brasileira nesses oito anos”. A que avanços se refere?



Para quem acompanhou o sucateamento da universidade federal e o desprezo à escola pú-blica, nesses oito anos, é de se lamentar o pane-gírico do ministro que sai. É colocar pá de cal sobre atitudes do ex-ministro, reveladas, entre outras, pela sistemática desvalorização das universidades federais, pelo artificialismo e hipocrisia da avaliação, através do provão, por sua deliberação em cassar a autonomia universitária, pela constante preocupação em transformar os reitores em meras figuras decorativas e/ou compromissadas com seu projeto de universidade (assaz repudiado pelo MD, pois não era outro do que o antigo GERES, com a cisão da universidade em duas: a do grupo de excelência e a do colegião de 3º grau) pela implantação da GED, como artifício de valorizar apenas quantitativamente a atividade docente e diminuir o salário, pela disfarçada privatização da pesquisa dentro da universidade, com a multi-plicação de grupos mais compromissados com o patrocínio de empresas do que com a vinculação da própria pesquisa com o ensino e a extensão.



Fiquemos apenas com esses fatos mais relevantes e a eles acrescentemos a aquiescência do ex-ministro à deliberação do Acordo Geral sobre Comércio de Serviços (GATS) da Organização Mundial do Comércio (OMC), que transforma a educação de um modo geral, notadamente a superior, em serviço, sob a regulamentação daquelas entidades. É notório e sabido que Paulo Renato, objetivando candidatura à Presidência da República em disputa com José Serra, deu todo apoio e incentivo às escolas particulares, proporcionando-lhes surto de crescimento, com detrimento das escolas públicas, jamais visto na história da educação brasileira.



Esse o ministro a quem Cristovam Buarque elogia e, entrelinhas do discurso, coloca como paradigma a ser por ele imitado.



Mais um enigma a ser desvendado nesse início do governo do PT. Terão razão os críticos, ao apontarem que Lula não se libertou da sombra de FHC, por temor ao FMI ou por medo de errar?



Na memória de todos nós estão vivas aquelas palavras de Lula quando, em campanha, declarou que o destino reservou a um operário, sem curso superior, a missão de salvar a univer-sidade. Inadmissível que também aqui nosso presidente repita seu antecessor, só trocando a escritura pela fala: “esqueçam o que eu disse”.



No rabicho da dúvida pisca uma luzinha. Está no próprio discurso de Cristovam Buarque. Ao referir-se a conversa com Lula sobre o “valor” do trabalho de Paulo Renato, o presidente teria dito: “é, no caso da Educação é pisar no acelerador e dobrar à esquerda”. Essa guinada à esquerda na educação é que todos esperamos que o novo ministro da Educação dê. Na economia o governo FHC foi um desastre, justo porque se pautou pela cartilha da direita, ou seja, do neoliberalismo, do consenso de Washington, pelo que jamais poderá ser imitado por quem defende os ideais da esquerda. Isso jamais poderá acontecer na Educação. As conseqüências serão muito mais desastrosas.



Professor Cristóvão Buarque, se seu sonho, a vida inteira, foi ser ministro da educação e lutou para isso, como confessa em seu discurso, o nosso é de que seja o ministro da educação do povo brasileiro e não da elite e da classe dominante. V.Ex.a. tem tudo para romper com esse velho ciclo da nossa história educacional. Tenha coragem: dê a guinada para a esquerda.



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