REELEIÇÃO – UM INSTITUTO QUE PRECISA ACABAR NO BRASIL
Moacir Rodrigues
Há poucos dias eu escrevi a respeito da desigualdade provocada pelo Instituto da reeleição, tentando mostrar que a reeleição fere o princípio em que mais se baseia a Justiça Eleitoral, que é a igualdade de oportunidade entre os candidatos.
Em verdade, com o fato de o Presidente da República ou o Governador continuar no cargo até mesmo no período de campanha, desiguala essas oportunidades, porque não é possível a nenhum ser vivo, por mais correto que seja, deixar de usar a máquina pública quando está em jogo o seu próprio destino. Se andarmos país afora, veremos que os Governadores fizeram poucas obras nos três primeiros anos e fizeram de seus Estados, neste ano de eleição, verdadeiros canteiros de obras. A realização de obras e a transferência de recursos para os Municípios antes do período eleitoral propriamente dito, ou seja, naquele período em que o TSE publica no Calendário Eleitoral como sendo o período das proibições, faz com que os prefeitos adiram às respectivas campanhas. Por outro lado, mesmo que não tenha havido repasses de recursos antes das eleições, as promessas de futuros repasses deixam os governantes locais enfeitiçados e faz com que se tornem grandes aliados no dia primeiro de outubro.
Outro aspecto a ser levado em conta com relação ao Governo Federal, é a pesada tributação sobre os assalariados e empresas, principalmente os primeiros, que sofrem os descontos da fonte em suas folhas de pagamento, quando se sabe que maior parte do dinheiro arrecadado é utilizado para distribuir bolsas-famílias e outras dádivas para um grande número de pessoas que, na maioria das vezes, não merecem. Ao invés de se dar a vara de pescar, dá-se o peixe. E por que não dar trabalho para as pessoas beneficiárias do bolsa-família, que estão em condições de trabalhar, com remuneração desse trabalho, que poderia ser executado em frentes de trabalho nos Municípios ?
Diante desse quadro, a eleição seria mais justa se os governantes que pretendessem ser candidatos tivessem que se desincompatibilizar, ou seja, se tivessem que se afastar dos cargos pelo de Presidente e de Governadores pelo menos seis meses antes das eleições. Que Deus inspire nossos próximos congressistas, para que confluam para a Capital da República com o espírito de mudanças neste sentido, para que tenhamos um país justo a partir das eleições.
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