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Artigos-->O PREÇO DA REELEIÇÃO -- 19/09/2006 - 10:09 (Délcio Vieira Salomon) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O PREÇO DA REELEIÇÃO

Délcio Vieira Salomon





(PUBLICADO NO ESTADO DE MINAS EM 19.09.2006)



É assaz sabido que a aprovação do instituto da reeleição para presidente, governador e prefeito foi fruto de grande farsa política conseguida, em deslavada corrupção, com a compra de deputados, o (ab) uso da máquina administrativa e o massacre de Itamar que despontava como o provável sucessor de FHC. A vontade do soberano iluminado FHC tinha de ser respeitada, por isso o então processo eleitoral foi transformado em ato. Ato de confirmação de FHC no cargo.

Como então nos vinha alertando o humorista José Simão, fomos convocados para a cerimônia da ‘rei-eleição’. Sua Majestade conseguiu tudo o que queria: homogeneidade da mídia, manipulação das pesquisas eleitorais, subserviência do Legislativo e duplicação do tapa-olhos da Justiça. Se a reeleição fosse benéfica ao país não precisaria de todo esse negativo aparato.

O acinte à democracia cometido por FHC com a aprovação da reeleição foi tão grave quanto um golpe de estado. Hoje, com a candidatura de Lula à reeleição, a história se repete. Conseguirá inevitavelmente a reeleição e (chi lo sa?) tentará fazer o sucessor, pois o projeto do PT é o mesmo do PSDB: no mínimo vinte anos no poder.

Até hoje ninguém conseguiu apontar benefício para o país com a implantação da reeleição. Antes, pelo contrário: só há prejuízo para a democracia. Não houvesse reeleição, por certo, não haveria tanta corrupção no governo como o mensalão, o nepotismo desenfreado, a nomeação de centenas de milhares de cargos sem concurso nos três poderes, sobretudo no executivo, o assalto aos cofres públicos através de negociatas e licitações ilegais, os sanguessugas, enfim a institucionalização da corrupção como temos assistido e jamais vista. Ao menos não haveria no grau e na extensão atingidos.

O desencanto do senador Jéferson Perez em seu discurso, outro dia, no Senado, sobre ser sintomático é significativamente emblemático, a caracterizar a situação em que vivemos. Grande parte do que aponta deve ser debitada, sobretudo, à reeleição. Donde se infere que, ao romper com tradição histórica, FHC fez mais mal ao país que o próprio Lula. Repetindo: em termos de acobertar a corrupção, Lula não teria ousado tanto quanto alcançou, sonhando (?) em apagar no segundo mandato as nódoas do primeiro. E é mais fácil um governante, por mais corrupto e incompetente que seja, não ser reeleito, do que ser cassado ou reprovado nas urnas. É indubitavelmente fácil ser reeleito com a máquina administrativa na mão e todo o poder de nomear. Em contrapartida, sob a ótica do eleitor e da oposição, é praticamente impossível eleger candidato diferente do governante, quando há reeleição. Fora da reeleição a democracia só tem a lucrar. Com ela, só a perder.

Por isso a hora é mais do que oportuna de todos que amam a democracia e sonham com um futuro melhor para o país exigirem dos candidatos compromisso com a extinção do instituto da reeleição. Que se implante um mandato de cinco ou até mesmo de seis anos para o sucessor do futuro presidente, mas que se extinga da Constituição o instituto da reeleição. Não podemos mais continuar a pagar preço tão caro por um processo tão nocivo ao país.

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