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Artigos-->DOIS POETAS E DUAS ANGÚSTIAS -- 13/09/2006 - 22:17 (JOSÉ EURÍPEDES DE OLIVEIRA RAMOS) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
“DOIS POETAS E DUAS ANGÚSTIAS”



José Eurípedes de Oliveira Ramos



“Dois poetas e duas angústias” foi o tema da palestra que o acadêmico Alfredo Palermo apresentou à Academia Francana de Letras, na sessão realizada na noite de 3 de junho de 2003, quando revelou os “pensamentos de beleza e espiritualidade” que nele despertaram o estudo da vida e obra de Antero de Quental e de Cruz e Sousa. Estudos que o levaram a estabelecer com “emoção e carinho” um original paralelo entre o “malogrado vate das letras portuguesas e a lira mais alta da sensibilidade poética do Brasil”.



Em sua exposição, Palermo lembrou que Antero de Quental foi aluno em Coimbra, onde viveu “na época de ouro dos ”vencidos da vida”, depois do romântico Almeida Garret, mas ao lado de Eça de Queirós, Oliveira Martins, Pinheiro Chagas e outros” e que, embora não tivesse deixado obra volumosa, “seus “Sonetos” se imortalizariam como “a mais notável poesia do pensamento filosófico da lira portuguesa”, segundo o Prof. Fidelino de Figueiredo”. Atormentado pelas indagações fundamentais, espírito aberto às novidades filosóficas, sociais e científicas de seu tempo, Antero de Quental a todas abraçou, à procura de lenitivo à sua angústia. Em sua palestra, o acadêmico descreveu em seguida o que foi essa busca sofrida, assim arrematando: “Procurou avidamente uma certeza metafísica: primeiro, materialista, depois budista, xintoísta e bramanista; afinal, sua alma deságua no cristianismo. Fez alguns dos mais belos versos espiritualistas, mas o desespero o levou ao suicídio, aos 41 anos”.



Ao falar de Cruz e Sousa, informa a proeminência do nosso poeta negro, segundo penas ilustres de críticos como Roger Bastide, Ventura Garcia Calderon, Juan Más y Pi ou Julio Noé, que o consideraram superior a Mallarmé e Stefan George, que com ele formam a tríade suprema do movimento simbolista universal. E destacou que Cruz e Sousa “adotando por sensibilidade a procura da música verbal -“toujours de la musique”- a expressão mais alta dessa música, em imagens fulgurantes, etéreas, com estrelas de cristal, brancuras de luas e de rostos e alucinações amorosas, viveu, sofreu e morreu não apenas pela tuberculose, mas certamente pela amargura de sua condição social, próxima da miséria.”



Entremeando a palestra com a declamação da poesia de Antero e de Cruz e Sousa, evidenciando sua “admiração pelos dois poetas”, o Dr. Alfredo Palermo descerrou aos acadêmicos a beleza da “estrutura formal” ao desenhar um “paralelo na unção espiritual que os inspirou –A Virgem Maria”. Palermo encerrou a inolvidável palestra sobre o encontro de sofrimento e beleza de dois gênios, deixando também sua mensagem, ao finalizar, lembrando os versos de Antero:



--“Nas mãos de Deus, na sua mão direita,

Descansou afinal meu coração”. –



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