Natal... Missão suprema,
Na Terra, de todos nós,
Da nascente até à foz
Da Vida, eterno dilema
Que vale sempre um poema
Que se eleve d esperança
Nas asas da pomba mansa
Que prende aceso no ar
O brilhozinho sem par
Dos olhos duma criança.
A palavra só alcança
O seio da criatura
Se com sincera ternura
Lhe der à alma pujança
E for segura aliança
Na acção de bem querer
Que põe o mundo a viver
Sob a luz da harmonia
Ao Sol de cada dia
Que nasce para morrer.
Quem bem souber entender
A Primavera e o Verão,
O Outono e logo então
O Inverno a suceder,
Pode daí estender
Mais além o pensamento
E fazer em si o tempo
Que passou e vai passar
Até chegar ao lugar
Onde tudo leva o vento.
Entre um e outro momento
Que a Vida tem para dar
A viagem singular
Tem prazer e sofrimento
Que dependem do talento
Da arte de bem viver
E pra lá de compreender
O Natal dia a dia
Sentir com sabedoria:
Natal... Também é morrer!