A BRINCADEIRA reveste-se de grande importância, na medida em que trabalha positivamente a interação entre as crianças, adolescentes e mesmo os jovens e adultos, e trabalha a auto-estima ao citar seu nome, sinal de que é colocada em evidência ou “lembrada”.
O TOQUE é um fator muito relevante na brincadeira de roda. Tocar, dar a mão, abraçar, são gestos que vão além da forma: é perceber, sentir, compartilhar a presença do outro, é entrar em harmonia com a energia do outro, neutralizando o sentimento de repulsa e a idéia de posse. Isto, feito principalmente de forma coletiva, como nas brincadeiras de roda, contribui para a inclusão, integração, respeito, sentimento de pertença grupal e a conseqüente valorização do outro, evitando o distanciamento entre os indivíduos e seus efeitos danosos, expressos na discriminação social, econômica e cultural tão gritantes nos dias de hoje.
BRINCANDO DE RODA – Todas as pessoas que vão participar da brincadeira dão-se as mãos formando uma roda ou círculo, cantando e movimentando-se em sentido horário ou anti-horário.
EXEMPLOS CLÁSSICOS
SAPO CURURU
(refrão, todos cantam)
Sapo cururu
Na beiro do rio
Quando sapo canta, morena
É que está com frio
(quadra ou “versinho”, cantada por um dos elementos da roda)
Fui passar na ponte
A ponte estremeceu
A água tem veneno, morena
Quem bebeu morreu
(a cada refrão cantado, um elemento da roda canta outra quadra conhecida ou inventada na hora (repente).
A ROSA VERMELHA
(refrão)
A rosa vermelha
É do bem querer
A rosa vermelha e branca
Hei de amar até morrer
(quadra)
Sete e sete são quatorze
Com mais sete, vinte e um
Tenho sete namorados
Mas não gosto de nenhum
(segue refrão e outras quadras)
A CANOA VIROU
A canoa virou
Quem deixou ela virar?
- Foi por causa de (fulano – dizer o nome)
Que não soube remar
Se eu fosse um peixinho
Ou soubesse nadar
Tirava (fulano) do fundo do mar.
FUI NO ITORORÓ
Fui no Itororó
Beber água e não achei
Encontrei bela morena
Que no Itororó deixei
Aproveita minha gente
Que uma noite não é nada
Quem não dormir agora
Dormirá de madrugada
Ó Mariazinha, ó Mariazinha
(no lugar de Mariazinha, citar o nome de uma pessoa da roda)
Entrará na roda
Ficará sozinha
(a pessoa vai para o centro da roda e responde):
— Sozinha eu não fico
Nem hei de ficar
Escolhi (fulano)
Para ser meu par
(a pessoa chamada vai para o centro da roda juntar-se àquela que a citou)
TANGO, TANGO
Todos formam uma grande roda. De mãos dadas, movimentando-se em sentido horário saltitando . A criança que lidera a brincadeira, normalmente a maiorzinha ou a monitora, orienta a movimentação das demais. Num primeiro momento as crianças que formam a roda são chamadas uma a uma para o centro, a “lata de lixo”, onde permanecerão ali até serem resgatadas:
(cantando, citar o nome de uma criança para ir para o centro da roda)
Tango, tango, tango, morena
É do carrapicho
Vamos botar Fulano (dizer o nome da criança)
Na lata do lixo.
(Depois, a última que ficar começa a chamar de volta as crianças uma a uma a reintegrarem a roda novamente):
Tango, tango, tango, morena
É do carrapicho
Vamos tirar Fulano
Na lata do lixo.
*** Que tal uma abordagem ecológica ao final dessa brincadeira?
TEREZINHA DE JESUS
(refrão)
Terezinha, de Jesus
Numa queda foi ao chão
Acudiram três cavalheiros
Todos três chapeu na mão
O primeiro, foi seu pai
O segundo seu irmão
O terceiro foi aquele
Que a Tereza deu a mão
(quadra)
Da laranja quero um gomo
Do limão quero um pedaço
Da menina mais bonita
Quero um beijo e um abraço
(Seguem-se outras quadras).
CIRANDA CIRANDINHA
(Refrão)
Ciranda cirandinha
Vamos todos cirandar
Vamos dar a meia-volta
Volta e meia vamos dar
Por isso ó Fulana (dizer o nome)
Faz favor de entrar na roda
Diga um verso bem bonito
Diga adeus e vá-se embora
(exemplo clássico de um ” verso”);
O anel que tu me destes
Era vidro e se quebrou
A amizade que me tinhas
De tão fraca se acabou
Cirando cirandinha...
GATA ESPICHADA
(uma pessoa vai para o centro da roda)
A menina que está na roda
É uma gata espichada
Tem a boca de jacaré
E a saia remendada
(todos saltitando)
Lá vem seu Ju-ca-ca
Da perna tor-ta-ta
Dançando val-sa-sa
Com a marico-ta-ta
(quem estava no centro da roda sai, entrando outra pessoa)
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USANDO A CRIATIVIDADE
Vistos esses exemplos clássicos de cantigas de roda, agora está na hora de o grupo criar suas próprias cantigas.
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