Usina de Letras
Usina de Letras
149 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62182 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22532)

Discursos (3238)

Ensaios - (10351)

Erótico (13567)

Frases (50584)

Humor (20028)

Infantil (5425)

Infanto Juvenil (4757)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140793)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1959)

Textos Religiosos/Sermões (6184)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->ÉTICA NO JORNALISMO -- 12/09/2006 - 09:10 (José Virgolino de Alencar) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Como em toda profissão, o exercício do jornalismo exige código de ética, incluso no regulamento da atividade, como há na Associação Brasileira de Imprensa – ABI, no da Associação Nacional de Jornais, na Associação Brasileira de Rádio e Televisão, além das superiores normas da Constituição Federal, que veda a censura, mas impõe disciplinamento ao exercício responsável da profissão jornalística.

Os próprios órgãos de imprensa têm seu código de ética interno e até um manual de instrução geral, incluindo linguagem, gramática e outras exigências. Apesar de tudo isso e ainda das escolas de comunicação, muitos profissionais não dedicam a menor atenção aos regulamentos e atropelam a ética, a boa conduta, o respeito à verdade e esquecem a recomendável investigação dos diversos lados da notícia.

Infelizmente, as exceções são poucas. A regra é jogar no ar a informação a partir da primeira fonte que dá a notícia, não cuidando o profissional de averiguar e checar a informação, de ouvir as partes citadas e envolvidas. Tornou-se uma prática rotineira, a informação vinculada à facção de simpatia do profissional, descaracterizando o conteúdo e a verdade da informação.

Outro aspecto a lamentar é o tratamento dado por alguns profissionais às matérias especializadas, assuntos técnicos, jurídicos, orçamentários, financeiros, econômicos e muitos outros. Aí é uma lástima na qualidade da informação, na interpretação errônea e rasteira da matéria e, para piorar, não é aceita a explicação técnica, desdenha-se a informação correta, transformando em infâmia uma notícia, principalmente em se tratando de procedimento da administração pública, à qual o jornalista antipatize, achando ele que o gestor público, por ser-lhe antagônico, é necessariamente servido por pessoas vinculadas, exclusivamente, à chefia do poder, quando na verdade o corpo funcional é, legal e estatutariamente, compromissada com a Nação, tendo como obrigações e deveres o zelo no cumprimento das leis e regulamentos que disciplinam a atividade estatal.

E nem cabe argumentar, genericamente, que o funcionário público só faz cabisbaixamente o que os chefes de órgãos querem e mandam. O mandamento à margem da lei pode passar por um ou uns poucos, mas não passam por cima de todo o conjunto de servidores.

O nosso país, por exemplo, em que pese não ser uma nação rica, já pode se orgulhar do seu contingente de servidores selecionados por meio de concurso público, portanto, descompromissados do jogo político-partidário.

Isso torna as medidas do ente estatal transparentes, porque fluem e passam pelas mãos, análise, pareceres e execução de funcionários, em grande número, que têm obrigações com o país e não particularmente com o governante.

Sem conhecer esses meandros do serviço público e generalizando as distorções da máquina pública, os jornalistas nem indagam e até desrespeitam os profissionais que participam, modelam e asseguram a legalidade da decisão do Governo. Com isso, levantam suspeitas sem qualquer fundo de verdade, logo que o assunto chega a público, não se dando ao trabalho da salutar e ética consulta às partes envolvidas que, como já disse, se constituem em equipe ecleticamente composta.

Há uma coisa no serviço público chamada controle interno, consistindo na existência de Auditorias e Controladorias, compostas por técnicos concursados, bem como de legislação que disciplina a gestão tributária e a de execução financeira e orçamentária, que impõe, independentemente do órgão gestor, sistemas de normatização dos procedimentos e da ação das pessoas.

Por este sistema, quem licita, não compra. Quem compra não recebe os produtos. Quem recebe os produtos não atesta a qualidade e a especificação. O atestado é examinado e visado por outro servidor. Entrando no sistema de execução orçamentária e financeira, um servidor emite o Empenho outro servidor faz a “liquidação” do gasto (não é o pagamento), outro emite a ordem bancária, enquanto o processo vai à contabilidade, onde passa por outras fases, indo desaguar no Tribunal de Contas e no Poder Legislativo.

Essa estrutura é utilizada para obras, serviços, compras, contratos, ou seja, em tudo que provoque ônus para o tesouro público.

O jornalismo ético e que prima pela qualidade e veracidade da informação, da boa argumentação sustentada no bom texto, com estilo e respeito à partitura gramatical, não dispensa uma análise e uma checagem das fontes e dos fatos, para não ser desmentido e desacreditado.

Para isso, deve o bom jornalismo dar atenção às explicações e justificativas técnicas dos informes da administração pública, não esquecendo que os documentos são elaborados por técnicos conhecedores do assunto, juntamente com as assessorias de comunicação.

Infelizmente, vemos reiteradamente alguns jornalistas desdenharem os argumentos técnicos, insistirem em sua versão ou de sua fonte, mantendo a superficialidade da interpretação do fato, interpretação que, muitas vezes, chega às raias da ignorância e o profissional, cego pela vontade de criticar, não se dá conta do erro da fonte.

Falta a alguns humildade, sobra em outros arrogância, carecem outros de isenção e a muitos falta até matéria prima de quem escreve: estilo e respeito ao idioma. Em tempo. Não se faz necessária linguagem erudita, rebuscada, muito menos palavrório empolado.

É necessário, essencialmente, que o leitor entenda.



Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui